Nina
"Close my eyes and feel your hands on me
Bite my lip like you want a piece of it
This burning bed just belongs to we
Take my body and I’m on my knee…"
Fecho meus olhos e sinto suas mãos em mim, morda meu lábio como se quisesse um pedaço dele, essa cama em chamas só pertence a nós duas, tome o meu corpo e eu estou de joelhos...
Nina lembrava que a primeira vez que ouviu "Nothing Tastes Better Than You", no La Calma del Mar Festival, foi imediatamente levada de volta para a noite em que Bryce a colocou contra uma das colunas da cobertura do Marriott Hotel, e a tomou como se fosse a bala mais deliciosa que já tivera na boca.
Se recostou ainda mais, jogando as mãos para trás, buscando mais apoio ainda. Bryce baixou a boca e simplesmente mergulhou para o meio das suas coxas, como se precisasse insanamente daquele toque, como se precisasse descobrir como era, que gosto tinha, como se fosse uma emergência que não pudesse mais esperar. E era. Bryce iria enlouquecer se nunca mais tivesse a chance de descobrir como era ter Nina na sua boca; sua mente ia quebrar, nunca iria se perdoar.
— Nena... — Os dedos de Nina se apertaram pelos cabelos dela, os olhos se fechando, os músculos contraindo em um reflexo de tesão, e Bryce só...
A língua pegando Nina amplamente, lambendo, tocando, os lábios chupando, sentindo, as mãos pelo seu corpo inteiro, enroscando pelas suas coxas, agarrando seus quadris, subindo pelo seu abdômen, pelos seus seios, ansiosa, ingênua e sedenta por Nina.
Nina nunca havia sido desejada de forma tão crua, tão intensa. Sim, sabia que era uma mulher desejada, não era isso, tinha consciência de quem era e do que causava, mas nunca ninguém a tomou daquela maneira. E foi rápido, foi denso, foi brutal. Se agarrou a ela, Bryce ergueu uma de suas coxas, a deixando mais ampla enquanto Nina deslizava pela pilastra, subindo e descendo, os olhos de Bryce a pegando em cada movimento, aquele olhar dentro do seu, e quando Nina viu aquela boca lambuzada pelo seu tesão...
— Bryce...! — Rosnou o nome dela.
— Me sufoca até eu apagar.
Nina queria, mas nem podia se mover. Não com Bryce deslizando pela sua intimidade, não com ela prendendo seu ponto de prazer delicadamente entre os dentes e chupando tanto, não com ela... entrando em si. Nina já estava gozando, então ela colocou um dedo dentro, penetrando, sentindo, buscando enquanto a língua ansiosa reconhecia onde o tesão estava e não parou até ter certeza de que...
Bem, Nina estava gozando mesmo.
A segurou firmemente, mantendo seus movimentos, sabendo o que estava acertando. O corpo dela tremia por inteiro, as pernas falhando. Bryce teve que segurá-la mais firme e, então, aquela chave de coxa, Nina a enlaçou pela nuca, foi tão gostoso que Bryce acabou sorrindo, sem parar o que estava fazendo. E só sabia que sua calcinha estava grudando na sua intimidade, estava excitada demais, sentindo coisas que jamais tinha sentido antes, e tudo isso porque estava com aquela GOSTOSA NA SUA BOCA.
De repente, todos os seus relacionamentos fracassados fizeram sentido, todas as suas camas frustradas fizeram sentido. Não havia nada de errado com Bryce; apenas com as escolhas que ela fazia.
Bryce gozou a fazendo gozar, sentada sobre as próprias coxas no chão, sentindo uma pressão absurda entre as suas pernas enquanto aquela mulher deliciosa se derretia na sua boca feito bala de açúcar. E os gemidos dela, a luta física daquele corpaço, e o rosto dela, o rosto dela gozando... Ah, não! Bryce nunca esqueceria.
Nina deslizou para o seu colo depois que terminou de gozar, ainda elétrica, o corpo trêmulo inteiro, toda suada, os cabelos molhados. Sentou-se de frente para Bryce, encaixada no colo dela, beijando-a porque queria sentir seu gosto naquela boca, beijando-a porque precisava de mais, precisava daquela boca molhada, daquela língua ansiosa, precisava...
Que aquela noite não amanhecesse.
— Que horas você precisa estar no aeroporto? — Nina perguntou.
— Meio-dia, o meu voo é às duas.
— O meu também. Onde estão as suas coisas? Já estão arrumadas?
— Sim, estão no saguão aqui do hotel, já saí do apartamento onde estava morando, pretendia virar a noite por aqui mesmo
— Fica aqui comigo, vamos juntas para o aeroporto amanhã.
— Nina...
— Por favor.
— Eu fico, não é isso... — Disse, beijando o pescoço dela um pouco mais, a mão na garganta dela, porque Nina tinha um pescoço lindo. Por isso as marcas, por isso a pequena obsessão — É que... — Olhou nos olhos dela, sorriu — Você gozou?
— Você sabe que sim, isso foi muito bom. Fantasiei com a sua boca o dia inteiro — A beijou de novo e de novo, absolutamente agarrada nela — Meu coração está disparado, meu corpo está disparado. Espera, o que você quer? Você ia me pedir alguma coisa — As duas estavam mentalmente bagunçadas, completamente excitadas.
— Quero saber se... — Olhou nos olhos dela, nem acreditava, havia feito Nina gozar — Você tem brinquedos no seu quarto...?
E Nina mordeu um sorriso, é claro que mordeu.
— Que tipo de brinquedo você quer?
— Eu quero entrar em você, entrar enquanto te olho nos olhos, enquanto te aperto bem aqui — Colocou a mão na garganta de Nina de novo enquanto deslizava a boca pela orelha dela.
Lick. Aff!
— Você vai me matar desse jeito, Bryce.
— Me diz que tem algo assim no seu quarto.
— Não tem, mas a gente vai comprar agora — E levou Bryce para trás, invertendo posições, a beijando, a deitando no chão, a fazendo rir.
— Nina!
— A gente vai, espera — Vestiu sua calcinha de volta, achou sua jaqueta, tirou algo do bolso — Aqui, seu waku waku dobutsu. Vamos descer? Eu sei de um lugar.
— Mesmo? — Bryce perguntou, já abrindo o pirulito e enfiando na boca, os olhos brilhando tanto. Iam passar a noite juntas. Ia passar a noite com ela.
E então, Nina a beijou longamente. As duas sentadas perto do parapeito transparente, o vento suave, a noite enorme. Mordiscou aquele lábio inferior mais uma vez; agora a boca de Bryce também estava com gosto de morango. Recostou sua testa na dela em seguida.
— Quero que você faça comigo tudo o que fantasiou hoje. O que quiser, você pode fazer; eu vou querer.
O coração de Bryce disparou no peito.
— Nina... — A puxou pela jaqueta, numa urgência de tê-la perto que não conseguia explicar.
— É a nossa noite, ok? Minha e sua. Eu não quero que você me esqueça — Disse, de olhos fechados, a boca tocando a testa dela.
Não era algo possível.
Se recompuseram e desceram juntas, correndo, literalmente correndo, aos risos porque estavam ambas fugidas do tal jantar e não podiam ser vistas. Chegaram nos elevadores, nenhum vinha, pareciam todos ocupados; pronto, finalmente um veio e Nina a agarrou, a levando para dentro, a beijando, a colocando contra um dos três espelhos que tinha lá dentro. Por que tão bonita? Por que algo tão bom vinha daquela garota?
— No que você está pensando? — Bryce perguntou, a sentindo pelo seu pescoço.
— Por que me encantas tanto? — Perguntou, na sua língua materna, sem esperar resposta, não era para ser respondido. Ela tinha algo, aquela garota, tinha algo que Nina não entendia muito bem o que era, mas queria ter mesmo assim.
Muitos andares para baixo de elevador e chegaram até a recepção.
— Eu preciso das chaves do meu pai — Nina pediu.
— Você diz da BMW, senhorita James?
— Essas chaves, por favor.
O concierge pareceu relutante por um instante, mas achava que a bronca por negar algo a uma das filhas de Rey James seria pior do que a bronca por ceder a ela uma BMW 320i, então, cedeu. Vieram trazer a BMW.
— Sem motorista, senhorita?
— Eu mesma dirijo, muito obrigada.
Entraram na BMW e havia algo sobre aquela noite que Bryce jamais conseguiria explicar. Se tinha sido a temperatura agradável ou as ruas estarem bem mais vazias, como se fossem apenas delas duas. Se havia sido o jeito que Nina colocou o corpo para fora do carro para sentir a noite, para perceber aquela vibe, aquele clima. Ou se era Nina. Se era apenas Nina, mudando toda a atmosfera ao seu redor.
Era tão bom estar com ela. Havia sido incrível na noite anterior e naquela noite em específico... Era fácil estar com Nina James. Ela era sedutora, disso tinha consciência, mas o quanto ela era divertida, era algo inesperado. Era divertida, linda, atenciosa.
— Seu pai não vai ficar irritado? — Bryce perguntou após terem passado por um drive-thru para pegar fatias de pizza rápidas, já que não tinham terminado de jantar. E tinham feito coisas que deixaram as duas esfomeadas.
— Ele fica, mas nunca de verdade — Nina mordeu sua pizza rapidinho enquanto dirigia — Esse é blindado, ele só fica irritado quando saímos em carros não blindados. Bryce, você conhece o meu pai?
— Não. Quero dizer, conheço Rey James, claro, mas não conheço pessoalmente. Eu pretendia conhecer hoje, o Adam ia me apresentar — Disse, já mordendo um pedaço de pizza num pratinho.
— E você só... abandonou o jantar?
— Eu precisava realmente de um tempo com você. E acho mesmo que meu tempo acabou aqui, Nina. Mesmo que o conhecesse hoje e ele gostasse do meu trabalho, o que mais poderia acontecer? Estou indo embora daqui a pouco.
— Um monte de coisas ainda poderia acontecer. Especialmente se você conhecesse a Reira, coisa que aconteceu. Bryce, a gente pode...
Bryce a puxou pelo pescoço e a beijou rapidinho enquanto ela dirigia.
— Vamos para o lugar que você conhece e depois voltamos para o hotel. Tem muita coisa que ainda quero fazer na Austrália e elas não envolvem música — Disse, fazendo Nina rir.
Não queria se aproveitar de Nina. O que tivesse que acontecer na sua carreira, iria acontecer, mas sentia verdadeiramente que só estava em suas mãos o que ocorreria entre as duas aquela noite.
Foram para um sex shop 24 horas. Nina conhecia o lugar porque já tinha passado em frente algumas vezes; era todo em neon cor-de-rosa, o que a divertia. Esses lugares geralmente eram discretos, mas não aquele ali. Desceram juntas e Bryce enroscou os braços pelo pescoço dela de imediato, beijando-a fora do carro, grudada inteira em Nina, que a manteve assim, muito agarrada, com os dedos enroscados nos dela. Entraram juntinhas para escolher o que quer que Bryce tivesse em mente para elas duas.
— Este aqui seria desconfortável ou...?
Nina a abraçou por trás, analisando. Um pirulito na boca, ainda sem acreditar que estava num sex shop com uma quase desconhecida, enquanto ela escolhia algo para a noite delas. Que seria uma só. Que não teria continuidade.
Pensamento desconfortável.
— Eu... não faço ideia, porque sou realmente inexperiente nisso.
— O quê? Você nunca...?!
— Não. Quero dizer, nunca com algo assim — Respondeu sorrindo — Ou com rapazes. Eu realmente não gosto de rapazes.
Mais sorrisos, e Bryce beijou seu punho com carinho.
— Mas você quer comigo?
— Sim. Não é como se eu estivesse perdendo a virgindade hoje, nem nada disso, mas... você me deu algo especial, não deu?
— Eu... dei, na verdade. E você deve saber que nunca fiz nada em público daquele jeito, nem ontem, nem hoje.
— Imaginei que não — Lick na ponta da orelha dela, inferno de mulher gostosa, Bryce nem sabia — Então, quero fazer algo inédito com você também... — Lick de novo, e Bryce fechou os olhos, a sentindo naquele carinho.
— Você é meio...
— O quê?
— Viciante, eu acho. Ok, não me desconcentra, vamos comprar e sair daqui — Bryce disse, fazendo aquela moça bonita rir — Esse aqui? — Apontou para outro.
— Acho que... você tem essa energia aqui, sabia? — Apontou para o anterior.
Bryce riu alto!
— Big boy energy...?
— Essa energia! Apesar de ser pequenina, é sobre atitude.
— Ser rapper é sobre atitude, atitude e atitude.
— Você é rapper, Bryce?
— Eu sou, não havia dito, né?
— Não, você é pior do que eu nisso de dizer coisas, e olha que sou muito ruim. Comunicação não é o forte desta família. Este, então?
Aquele, e lubrificantes, e preservativos. Bryce não queria que fosse desconfortável para Nina, só queria... tê-la daquela forma, porque aquela ideia estava a enlouquecendo e agora, após senti-la na sua boca, estava ainda mais. Como seria? Se não tivessem que ir embora, se morassem no mesmo espaço geográfico? O que estava sentindo por ela era o quê? Atração física ou tinha algo mais? Não podia haver algo mais. Não tinham tempo, nem juntas, nem sobrando, não podia pensar nisso. Então, simplesmente não pensou. Não pensou em nada mais do que ter de Nina tudo o que podia aquela noite.
Voltaram para o hotel, pegaram as coisas de Bryce na recepção e subiram para o quarto de Nina, aos beijos o tempo todo, nos corredores, nos elevadores. Parecia que aquele quarto não chegava nunca, mas finalmente chegou. Malas para dentro e Nina a agarrou imediatamente, beijando-a, trazendo-a para si. Jaqueta fora do seu corpo e fora do corpo dela, as mãos correndo por aquele abdômen, os dedos descendo para a calça, botão aberto, zíper aberto e Nina desceu junto com o jeans. Lábios por aquele corpo delicado, Bryce sendo suavemente encostada contra a parede, tênis fora dos seus pés, meias também, jeans também. Nina abaixada na sua frente, a despindo delicadamente, e deve ter sido naquele momento que Bryce se deu conta de que não tinha estrutura nenhuma para aquela garota ajoelhada na sua frente.
Isso viveria de graça na sua mente dali para frente. TODOS OS DIAS.
A puxou para cima, segurando-a pela cintura, conduzindo-a para trás até a enorme cama do quarto. Então, colocou Nina sentada, ajoelhando-se à frente dela, suas mãos descalçando aquelas botas enquanto sua boca deixava beijos suaves por suas coxas. Nina apertou os lábios, se curvando sobre ela, cheirando aqueles cabelos, sentindo-a tão profundamente em si.
Foi a primeira vez que Nina Alvarez se sentiu tão intimamente ligada a alguém, tão profundamente conectada a alguém.
Estava conectada a ele, Bryce Novais era magnética, intensa, viciante.
A viciante era ela.
Delicadamente, Bryce tirou a minissaia pelas suas pernas, revelando a lingerie justinha que Nina usava. Com a mesma atenção, retirou o top que ela vestia. E não, ela não estava usando mais nada por baixo. A boca de Bryce foi direto para aqueles seios, imediatamente, como se fosse algo que não pudesse controlar, e não podia.
Não podia mesmo.
Bryce a levou para o meio da cama, segurando-a pela cintura e deitando-a para trás, a boca perdida naqueles seios deliciosos, os gemidos densos de Nina, a inquietude do corpo dela sob o seu. O tesão era algo físico, visível, dava mesmo para sentir e para ver. Aff, Bryce estava viciada em ver. Subiu a boca para a boca dela outra vez, beijando-a, sentindo-a, encaixando o seu corpo firmemente entre as coxas dela. As pernas de Nina a enlaçando pela cintura, aquela lingerie no corpo de Bryce, Calvin Klein por inteira. Quando Nina a viu pelo reflexo da parede transparente do banheiro, a viu em cima de si, naquela posição tão dominadora...
O corpo entre as suas pernas, todo disparado contra as suas pulsações, a boca no seu pescoço, tocando, mordiscando, e a mão dela na sua garganta, os dedos se enroscando ali e...
Nina rosnou de tesão; foi incontrolável.
— Você tem certeza? — Ela perguntou.
Sim, Nina tinha todas as certezas do mundo.
Bryce colocou o que haviam comprado, em cima de Nina, o tempo inteiro em cima dela, tocando, beijando, estimulando, e quando ela tirou a calcinha do seu corpo...
Sim, Nina estava excitada, muito excitada, não havia dúvidas sobre isso. Bryce usou seus dedos nela primeiro, sentindo a umidade, espalhando, estimulando, entrando e saindo dela enquanto a beijava, enquanto a olhava nos olhos. Nina estava completamente nua sob ela, e Bryce totalmente nua sobre Nina. Havia química na pele, desejo gritante, algo que as duas desconheciam, mas que estava ali. Já estava presente desde a noite passada, e agora estava ainda mais claro. O que era? Aquela coisa que dilatava pupilas, que acelerava o coração? Um olhar totalmente grudado no outro, um corpo absolutamente colado ao outro, e Nina podia sentir passando por cima de sua intimidade. Não, nunca havia pensado em ter aquele tipo de cama, mas pensou com Bryce, queria com ela, precisava com ela.
— Estou pronta — Sussurrou para ela.
— Ainda não — E dito isso, Bryce baixou a boca entre as suas coxas.
Hmmmmm, ela fazia um oral intenso, cheio de fome, com pressão. Era o tipo de pressão que Nina gostava, algo tão difícil de encontrar. Ela se agarrou nela, nos lençóis da cama, sentindo algo crescer dentro dela, incontrolável.
— Não goza.
— Se você continuar assim... — Gemeu, os músculos comprimindo — Eu vou gozar assim, Bryce.
— Vai, eu quero fazer mais disso hoje, mas agora acho que a gente pode... — Sentou-se na cama, mantendo seus dedos ainda a estimulando, e pegou algo no móvel ao lado da cama, entregando para Nina — Abre. É para não te machucar.
Nina a olhou profundamente nos olhos. Pegou o preservativo e abriu com os dentes, de maneira sexy e excitante.
E Bryce percebeu algo naquele momento. Entendeu exatamente o que estava sentindo, algo que só havia lido a respeito até então.
Ela entregou o preservativo, Bryce colocou e então voltou para cima dela. Queria tê-la grudada em seu corpo o tempo todo.
— Seus olhos são lindos — Nina sussurrou, totalmente agarrada em seu pescoço.
— Os seus olhos que são lindos, eles têm uma cor...
— Caramelo?
— Caramelo — Bryce sorriu, tocando o rosto dela — O que você gosta nos meus olhos?
— O formato, essa cor clarinha.
— Olha bem pra mim, linda, eu quero ver sua reação.
Fixando o olhar nos olhos dela, Bryce se ajustou, e bem grudada ao corpo de Nina, bem suavemente, foi escorregando para dentro dela.
As mãos de Nina se agarrando por ela, os dedos nos braços dela, os olhos fechados, o rosto inclinando em prazer. E houve uma dor muito suave, muito delicada, que simplesmente desapareceu quando Bryce começou a se mover. A boca dela em seu pescoço, os dedos enlaçados em sua garganta. E Bryce falou com ela, dizendo o que fazer, como se ajustar, quadris assim, coxas assim, e aquela delicada resistência por dentro de Nina, o jeito que teve que entrar devagar, se mover devagar, achar o ritmo dela, o jeito que era melhor...
Não, Nina nunca tinha feito amor daquela maneira. Nunca tinha sentido um corpo tão próximo do seu, tão entrelaçado ao seu, nunca tinha experimentado aquela intensidade interna, nem aquela tensão na garganta, ou dentro dos olhos. Sempre desejou experimentar. Sempre ansiou por sentir, não o aspecto físico, mas aquela conexão mental intensa. Foi como se Bryce tivesse realizado sua fantasia mais secreta e a tivesse colocado em palavras, foi como se... pudesse ler sua mente. Assim foi como ela se sentiu durante toda aquela noite com ela.
— Nena, seu corpo está doendo? — Ela perguntou, enquanto se movia deliciosamente dentro de Nina, deslizando, saindo, voltando, aquele movimento de quadris que... anf!
Nina apertou ainda mais as pernas ao redor das coxas dela e, olhando profundamente nos olhos:
— Tudo bem se doer um pouco — E a puxou para dentro ainda mais, mais fundo, cravando as unhas nos braços dela.
— Nina... — Bryce suspirou o nome dela — Aqui? É bem aqui?
— Bem... aí — Nina se agarrou a ela, mais forte, seus corpos totalmente envolvidos, suados, gemidos preenchendo o quarto, os dela e os de Nina — Eu vou gozar.
— Goza olhando pra mim.
Nina cravou as unhas por ela, e Bryce seguiu se movendo, bem devagar, com estocadas longas e lentas, os quadris delicadamente se movimentando, o corpo de Nina todo retesado, todo preso ao seu. E só foi aumentando a pressão, lentamente aumentando, a pressão por dentro, a pressão na garganta dela, e os gemidos mudaram, foram ficando mais intensos, mais densos. Os dedos de Nina se agarrando por Bryce, as pernas apertando fortemente ao redor dos quadris dela, e estava lá, se formando de uma maneira que Nina jamais imaginou que pudesse gozar. Podia JURAR, seu orgasmo havia começado pela sua garganta e foi descendo pelo seu corpo, ficando maior, pulsando mais, crescendo de uma maneira que, quando percebeu...
Se agarrou a ela, seu corpo tentou escapar, tentou se mover pela cama, a respiração acelerada, toda atrapalhada no peito, seus gemidos enchendo aquele quarto e ficando mais altos, comendo o tempo entre um e outro. As estocadas crescendo, os dedos dela apertando e apertando na sua garganta, o olho dela dentro do seu, a boca dela comendo a sua, aqueles seios nus contra os seus, roçando, mais do que excitadas, as duas estavam. E gozar em Nina daquela maneira foi como uma queda de muitos andares, de vários impactos. O corpo de Bryce lutou, espasmou, tremulou, era físico, mas era mental, predominantemente mental. E Nina era uma gostosa, era deliciosa, estava inteira, estava densa, lhe mordendo, arranhando, falando, xingando em espanhol, choquendo inteira de prazer, e então, algo aconteceu.
Bryce a tinha sufocado até Nina apagar.
— Nina? Ei, nena, mírame aquí, ¿hum?
Nina abriu os olhos, o cérebro reiniciando, o quarto girando ao seu redor.
— Você fala espanhol...
— Falo. Eu não sabia que você era hispânica, você tem sotaque... novaiorquino.
— Estudei em Nova York. Bryce...
— O que foi, linda? — A boca delicadamente correndo pelo pescoço dela, beijos suaves, carinhos intermináveis. Ainda estava dentro dela, não queria sair.
— Diz algo em português.
Bryce sorriu.
— Quer ouvir algo em português?
— Qualquer coisa, fala pra mim.
— Falo — Trocou de idioma, a boca correndo pela orelha dela — Eu gosto de você.
— O que é "eu gosto de você"? — Repetiu, começando a sentir uma ardência por dentro.
— Algo como “I like you” — Tirou de dentro dela — Isso machucou um pouquinho?
— Um pouquinho, provavelmente — O preservativo contava assim — Quer um banho? Tem banheira aqui.
Tinha banheira.
Foram para um banho quentinho, de banheira, muito agarradas, beijando sem parar, se tendo tanto que não deu para esperar a volta. Nina a tomou na banheira mesmo, primeiro com seus dedos, depois com a boca e estava pronta para mais, assim que encostaram na cama outra vez. Precisava de mais, mais daquela boca, mais daqueles dedos, e ninguém parou, não dava para parar. Nina não fazia ideia de quantas vezes gozou, Bryce fazia menos ainda, só sabiam que tinha sido muitas vezes, de muitas maneiras. Só sabiam que foi por muito tempo e que, em algum momento, elas acabaram dormindo. E Bryce foi acordada por Nina, pela boca dela na sua nuca, na sua orelha, chupando gostoso demais, a mão em cima da sua intimidade, mas sem entrar, respeitosamente sem entrar.
— Eu posso...?
— Entra, mochi.
Entrou, a virando para si, a colocando para baixo do seu corpo, abrindo aquelas coxas e escorregando para dentro dela, porque Bryce estava molhada de alguma forma, pulsando, quente por dentro. E, de novo, foi feito olhando nos olhos, com um corpo todo grudado no outro, num olhar tão fundo que... lá estava, aquela costarriquenha pinçando pedaços do seu coração mais uma vez.
Estava apaixonada por ela. Uma ficada, uma noite e Bryce estava apaixonada por ela.
Ah, não, o que faria?
Bryce gozou nela, gozou de estremecer, de se agarrar forte por ela porque o que aquela garota era gostosa, não conseguia nem explicar. Com toda certeza, nunca mais teria dores de cabeça se estivesse com ela, e quando ainda estava gozando...
Nina se esticou, pegou algo no móvel ao lado da cama, rasgou um preservativo com os dentes novamente e entregou para Bryce.
— Eu quero outra vez.
Foi assim que Bryce viu o sol nascer naquela manhã, com Nina Alvarez subindo e descendo pelo seu colo.
Ela gozou novamente, totalmente agarrada em Bryce, grudada nela como na noite anterior. Bryce a fez gozar porque era mental mesmo; não conseguia explicar de outra maneira. Havia passado o dia anterior inteirinho pensando em como seria entrar em Nina daquele jeito, como seria chupá-la, e foi tão intenso que gozou todas as vezes que a fez gozar, sem precisar sequer se tocar.
Ficaram abraçadas depois disso e dormiram mais umas duas horas, até o alarme de Nina começar a tocar. Ela o ativou no dia anterior para não perderem a hora do voo.
— Quer tomar café da manhã? — Nina beijou os cabelos dela; Bryce estava em seu peito, toda agarrada. Peço no quarto.
— Eu quero.
Nina pediu café no quarto e foram para o banho, em um silêncio carregado de apego. Era como se as duas temessem falar demais, revelar demais, pois estavam repletas de coisas, de sentimentos, de... impetuosidades. Bryce se questionou mil vezes o que faria se Nina pedisse para ela ficar. Nina pensou mil vezes em pedir que ela ficasse. Mas era uma loucura; mal se conheciam, não poderia pedir a uma quase desconhecida para ficar com ela, e uma passagem para o Brasil devia ser cara. E se comprasse outra? Se pedisse para ela ficar e providenciasse outra passagem? Mas não era apenas isso. Onde ficariam? Em Melbourne? Tinha um apartamento alugado lá, mas e então? Morariam juntas? Era uma loucura! Pensaram em todas essas loucuras, tanto Nina quanto Bryce. Mas apenas pensaram, não disseram nada.
— Então, você nunca havia pensado em ficar com uma mulher antes? — Nina perguntou durante o café da manhã, as duas de roupão, sentadas à mesa da varanda. Estava um dia lindíssimo de sol em Brisbane.
— Nunca me passou pela cabeça.
— Daí, você ficou comigo e começou a pensar em... — Ela olhou para o brinquedo ainda sobre a cama, algumas camisinhas abertas, e Bryce riu.
— Feito uma obcecada. Nina, uma vez, numa festa de carnaval lá no Rio, um cara levou um tiro na cabeça e achou que tinha sido só uma pedrada. Ele estava de boa no bloquinho, sentiu uma pancada na cabeça, mas só parecia uma pedrada mesmo. Mas era um tiro; quando ele pediu para olharem de perto, era um tiro. Ele levou um tiro e ficou uns cinco dias sem saber que era um tiro. Não sei se você está entendendo a minha analogia, mas...
— Sim, sim. Fiquei com uma garota antes de ontem e saí da boate sentindo uma ardência na cabeça. Achei que tinha sido apenas uma pedrada, mas quando pedi para alguém ver de perto, era a garota.
Bryce riu alto.
— Me aconteceu o mesmo. Mas achei mesmo que era um tiro, porém, só era uma garota.
Nina estava rindo.
Ficaram abraçadas um pouco mais depois do café, assistindo o relógio passar rapidamente enquanto trocavam alguns beijinhos. Nina terminou de arrumar suas coisas, Bryce também, e pouco antes do meio-dia, bateram na porta. Era Reira.
Skin mulher de negócios, toda de branco, tinha uma reunião antes de partir.
— Que horas é o seu voo? — Nina perguntou.
— É às dezoito.
— Direto para Tóquio?
— Nove horas, direto.
Houve um silêncio. Então, Reira perguntou mais baixo:
— Está tudo bem?
— Eu não sei. Um pouco... ansiosa.
Reira pensou por um momento.
— Sua noite foi boa?
— Foi... perfeita.
E compreendeu a ansiedade dela. Queria dizer mais coisas, mas nunca sabia bem o que dizer para ela.
— Se cuida, ok?
— Você também.
Não houve nenhum contato físico.
E chegou a hora de ir para o aeroporto. Um motorista estava esperando. Bryce vestia jeans, cabelos presos num rabo de cavalo, enquanto Nina usava um vestidinho curto com uma camisa branca oversized por cima, cabelos soltos e recém-lavados. Elas seguravam as mãos uma da outra o tempo todo. Mãos dadas o tempo todo. Carro, mais silêncio, o aeroporto ficava perto, uns vinte minutinhos apenas. Chegando lá, desceram juntas. O voo para Melbourne pela Qantas estava no horário; o voo para o Rio de Janeiro pela LATAM também.
— Quanto tempo de voo? — Perguntou Nina.
— Vinte e três horas.
— Precisa levar comida. A gente tem que comer também, dá tempo.
Dava. Foram até um restaurante, almoçaram juntas, conversa não direcionada. Como é o Rio de Janeiro? Como é Guanacaste? Nina sabia surfar? Porque Bryce amava surfar. O que ela fazia, afinal? Nina, o que ela fazia? Era executiva na Los Ángeles, mas isso era mais com Reira. Nina gostava de criar programas artísticos, amava coreografar e montar shows; era o que mais amava fazer. Havia aprendido a esculpir em mármore com sua madrasta e amava desenhar. Pintava quadros também. Um dia, queria aprender a tatuar. E Bryce? Bryce gostava de escrever músicas e de cozinhar. Modelava para algumas marcas esportivas e gostava de estar na praia. Achava que a natureza era sagrada e Nina confirmou que era mesmo. O tempo foi cruel, passou rápido demais. E quando se deram conta, estavam no meio do aeroporto, trocando beijos de despedida. Foi difícil. Muito difícil.
Nina ficou agarrada no pescoço dela, e Bryce a colocou contra a parede, pois queria tocá-la mais, mas discretamente. Queria sentir o cheirinho que ela tinha, baixar a mão por aqueles quadris, porque era gostoso demais fazer aquilo. Ela ficava linda de vestidinho. Ficava linda toda apegada assim. Bryce a apertou ainda mais forte nos braços, a beijou de novo e mais uma vez.
— Eu só preciso tirar uma dúvida quando chegar e a gente vai conversar, ok?
— Uma dúvida...? — Nina não entendeu muito bem.
— Sim, algo que estou preocupada. E a gente conversa, tudo bem?
Nina a olhava. A beijou de novo, mais uma vez.
— Tudo bem.
Estavam em lados opostos do portão. Deram um último beijo e cada uma seguiu seu caminho. Nina olhou para trás algumas vezes; Bryce também. O que estava acontecendo? O que estavam sentindo? Não sabiam ao certo. Mas Bryce chorou quando embarcou, como se estivesse deixando algo muito importante para trás.
E, realmente estava.
Nina Alvarez havia ficado com seu coração.
Notas da Autora: Tessa Reis
E como o prometido, trouxemos um pouquinho da Nina do Velho Testamento e a forma intensa com a qual ela se apaixonou por Bryce. Uma paixão densa, bilateral, que atingiu as duas de igual maneira, mesmo com a questão do tempo, que era pouco, mas foi muito bem aproveitado. Porém, agora as duas foram jogadas literalmente, em pontas contrárias do mundo, e certas distâncias podem causar... afastamentos?
É o que descobriremos no próximo capítulo!
Beijo grande!
Voltamos 26/06/2024! 😌
Estou obcecada por essa história, não sei como vou fazer quando chegar ao capítulo em que terei que esperar dias pelo próximo.
Tão linda essas duas juntas, tão intenso.
Cada vez que eu tento criar uma teoria de como elas chegaram até onde estão no presente, ainda não consigo encaixar todas as peças!! Ansiosa pelos próximos capítulos 🥹
❤️
Caramba! Uau! que Delicia de reencontro em?! perfeito!😍