Parte 1: Censored
Como os aeroportos podiam ser tão lotados e, ao mesmo tempo, tão burocráticos?
Jude odiava aeroportos. Se pudesse, faria tudo de trem ou, ao menos, de jatinho particular. Poderiam ter um, se Suzumi, a cantora de quem era manager, não fosse tão desorganizada financeiramente. Agora, tinham um voo importante da Flórida para a Califórnia e Jude havia sido sorteada para uma revista mais... aprofundada, sem motivo aparente.
— Ok, isso ainda vai demorar? Minha equipe já passou para o embarque e eu continuo aqui, presa por vocês.
— Peço um pouco de paciência. Estamos com problemas em um dos nossos aparelhos e precisamos realizar uma revista mais específica na senhorita.
Jude tirou os óculos escuros. Estava usando um jeans largo, com um enorme carimbo de “censored” bem na frente, uma regata branca e uma camisa all denim de botões por cima, pendurada em um dos braços.
— O que você quer dizer com “revista mais específica”?
— Senhorita Ríos, queira aguardar só mais um instante. Uma oficial está vindo acompanhá-la para a revista. Não deve demorar. A senhorita será liberada logo para seguir com o voo.
Bufou. Jude e o cachorro que a havia cheirado e começado a agir como um louco. Por isso, preferia os gatos. Um gato JAMAIS a faria passar por algo assim.
— Você está me segurando aqui por causa dele, não é? — Perguntou, apontando para o cachorro, que latiu, como se estivesse ofendido.
— Senhorita, é uma checagem de segurança. Por gentileza, aguarde só mais uns minutos e logo será liberada — O oficial estava olhando para o passaporte dela — Colombiana?
Bufou de novo. Sim, colombiana, e aquele cachorro mentiroso estava insistindo que devia haver vestígios de drogas por ela. Tinha certeza de que era isso. XENOFOBIA! Mas não podia gritar isso naquele país altamente xenofóbico. Sentou-se, esperando a tal oficial, que, na sua cabeça, devia ser uma americana feia de meia-idade, tão preconceituosa quanto o primeiro agente que a atendeu. Estava tentando falar com Suzumi, mas não conseguia, e sabia exatamente o motivo de ela não estar atendendo: havia passado direto para a sala VIP e já devia estar dando mais uma festinha antes de embarcarem. Aquela irresponsável, sinceramente!
Depois de um tempo que pareceu infinito, finalmente alguém apareceu. E não, não era uma americana feia de meia-idade; muito pelo contrário, era uma GOSTOSA.
Sim, tudo em maiúsculo: uma gostosa, MESMO, sem sombra de dúvida. Ela estava toda de preto — calça jeans, camiseta, jaqueta, boné —, trocou um olhar com Jude e então se aproximou, estendendo-lhe a mão.
— Senhorita Ríos? Investigadora Vita Aoki — Tirou o distintivo de dentro da camiseta e mostrou para Jude, apertando sua mão — Tudo bem?
Hum, como podia um DISTINTIVO ser tão sexy? Jude apertou a mão da investigadora firmemente. Ela, aparentemente, tinha braços fortes. Não estava de uniforme, devia trabalhar disfarçada. No caso, disfarçada de uma GRANDE GOSTOSA, andando casualmente por aquele aeroporto, atraindo olhares femininos sem sequer fazer esforço.
— Não acho que tudo esteja bem, senhorita Aoki. Tenho um voo em menos de duas horas e estou sendo mantida aqui sem que ninguém me diga o que está acontecendo.
Os olhos da investigadora estavam em seu passaporte. Ela olhou para a foto, depois para Jude, e de volta para a foto.
— Ninguém fica bonita nessas fotos. Como...?
— Como...?
— Ah! Devo ter pensado alto. É que ninguém fica bonita nessas fotos de passaporte, mas a sua está... é... bonita. Bem bonita. Hum... a senhorita pode me acompanhar? É por aqui — Indicou um caminho.
Jude deu outra olhadinha nela. Ela a achou bonita, é? Que vontade de que ela a comesse com aquele distintivo pendurado no pescoço. ENFIM, FOCO, JUDE RÍOS! Tinha que conseguir embarcar.
— Você não parece americana — Disse Jude, começando a caminhar ao lado dela.
— É que não sou mesmo. Sou japonesa, mas meus pais vieram trabalhar no país quando eu era pequena e acabei estudando e fazendo carreira aqui. Eu era investigadora de crimes cibernéticos. Estou nessa função há pouco tempo.
— Essa função aqui é a que busca traficantes e essas coisas?
Ela riu, meio desconfortável.
— É, meio que sim. Eu... não devia estar falando sobre isso. Hum, o que você faz?
Sorriso de Jude. Ela estava tentando retomar a conversa que deveriam estar tendo. Assistia àqueles programas de aeroporto e sabia bem como esses investigadores agiam. Mas devia ser meio complexo para uma ex-hacker manter uma conversa artificialmente natural com alguém. Ela devia ter sido hacker. Hackers são os melhores investigadores de crimes digitais.
— Sou manager de uma cantora. Estamos indo nos apresentar no Coachella.
Aquilo pegou a atenção dela.
— Mesmo?
— Sim, seremos headline neste final de semana. Você deve conhecê-la, ela é japonesa, mas cresceu nos Estados Unidos também.
E aqueles olhinhos angulados cresceram.
— Você é manager da Suzumi?
— Dela mesma. Você a conhece?
— CLARO QUE SIM! Ah, esse trabalho deve ser muito legal, muito mais legal do que o meu, que é... hum, eu não devo falar sobre isso. Aqui — disse, enquanto abria uma porta que dava para uma sala supergelada e sem cores nas paredes.
— Você quer que eu entre neste necrotério?
— É, meio que... Você tem que entrar — Insistiu, e Jude não tinha saída mesmo.
Entrou e o lugar parecia ainda mais com um necrotério agora: havia uma mesa e duas cadeiras de metal, daquelas de hospital, e uma maca bem no meio da sala. E luvas de látex. Começou a ficar um pouco nervosa.
— Senhorita, queira se sentar, por favor. Preciso fazer umas perguntas antes de iniciarmos o procedimento.
— Está tão frio aqui.
— Eu sei, sinto muito. Não temos controle da central. Essa é uma sala multiuso, muita gente a utiliza, e... preciso trancar a porta, só um momento.
Ela se levantou e foi trancar a porta. Ok, o que estava acontecendo...?
— Eu ofereceria a minha jaqueta, mas isso vai atrapalhar o procedimento. Então, bem... — Sentou-se do outro lado da mesa, e Jude criou coragem para se sentar naquela cadeira que deveria estar absolutamente gelada. E estava, estava mesmo.
— O que vocês têm contra móveis que não sejam de metal?
— Sinto muito por isso também, senhorita. Bem, estamos enfrentando um dia atípico aqui. Nossa máquina de raio-x não está funcionando e nossa perita antidrogas não veio hoje. Sou a única policial feminina disponível neste setor do aeroporto e me solicitaram para realizar uma revista mais específica em você. E para que isso aconteça o mais rápido possível, sem atrapalhar o seu voo, eu preciso que a senhorita — ela ergueu aqueles olhos angulados para os de Jude — tire a roupa.
— O QUÊ?! — Jude se levantou de uma vez. Não teria UMA OBJEÇÃO em tirar a roupa para ela em um quarto quentinho de um hotel cinco estrelas, mas naquele necrotério?!
— É parte do procedimento, senhorita — Ela se ajustou na cadeira, olhando Jude por baixo do boné. Tirou a jaqueta de couro que usava e braços firmes surgiram naquela camiseta preta. Sim, por que agora ela estava parecendo uma canalha? Ficou mais atraente ainda.
— Você me trouxe para essa salinha gelada e agora quer que eu tire a roupa, é isso mesmo?!
Vita respirou fundo e se colocou de pé também.
— Senhorita, a nossa agente de inspeção sentiu... algo em você.
Jude cruzou os braços, ficando um tanto mais nervosa.
— Ela sentiu algo em mim...?
— Sim, algo que... não deveria estar na senhorita. Quando ela encostou a mão em... determinada área do seu corpo — Os olhos desceram para a virilha dela por um segundo. Que coisa aquela mulher linda podia ter ali...? — Ela sentiu algo suspeito.
— E... é por isso que estou aqui?
— Não só por isso. Na verdade, a senhorita foi encaminhada para uma revista mais específica por essa agente porque os cachorros enlouqueceram perto de você.
— Os cachorros antidrogas...?
— É, esses mesmos.
— E eles só reagem daquela forma por causa de drogas?
— Outras coisas também podem confundir os cachorros, eles não são cem por cento infalíveis e, por isso, estamos aqui. Senhorita Ríos, é parte do procedimento perguntar se fez uso de algum tipo de droga nas últimas 24 horas.
— Não, nada de drogas.
— Acha que alguém por perto de você possa ter usado algo?
— Isso não tenho como garantir, mas não, eu mesma não uso drogas.
— Perfeito. Então, só preciso checar se você não está portando nada de ilegal.
— E para isso eu preciso...?
— Tirar a roupa.
Jude correu as mãos pelos próprios braços, agora realmente preocupada. Vita notou aquela diferença. Desde que a abordara, ela parecia estar irritada e indisponível, mas agora parecia ter ficado incomodada com algo. Hum... Talvez não fosse uma investigadora de pessoas tão ruim quanto se julgava.
— Vita, posso ser sincera com você?
— Claro que sim. Falar a verdade sempre agiliza os procedimentos.
Jude se sentou de volta.
— É que, o que a outra agente tocou, foi... um pau.
Daí, foi Vita quem se colocou de pé imediatamente.
— FOI O QUÊ?!
— É, um pau. É... — Respirou fundo — Onde eu ia imaginar que ia passar por um negócio desses — Soltou o ar de novo, tentando se ajustar — É um pau, a agente colocou a mão lá.
Vita ficou confusa. Deu uma andada pela sala, se recostou na maca, a olhando de outro ângulo.
— Como assim é um...? Tipo, você tem um e...?
— Não, não, eu não tenho um, é... comprado. Comprado, sabe? De sex shop.
Mais um silêncio, longuíssimos pensamentos.
— A agente achou que fosse uma arma. Ou uma bomba.
— Ah, não, não, não! Nada de armas ou bombas, é só um brinquedo.
— E posso saber por que você está usando algo assim num aeroporto ou...?
Jude moveu o pescoço de um lado a outro, não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo. Iria estrangular Suzumi assim que pudesse.
— O que eu disser aqui, ninguém vai saber?
— Ninguém. É um lugar seguro, não temos câmeras nem microfones. Você pode me dizer o que precisa.
— Então — outra respiração longa — Suzumi gosta de transar em lugares diferentes. A gente estava na cama hoje de manhã e pensou que, talvez, seria interessante transar no banheiro do avião. Mas é apertado pra se abaixar, então decidimos que eu vestiria o strap-on para evitar... esse problema de espaço. Tinha que ir vestida logo, para não perder tempo colocando, e foi assim que vim parar aqui neste necrotério com você, me pedindo para tirar a roupa.
— Então, você e a Suzumi namoram?
Jude sorriu. Achou até fofa a pergunta.
— A gente apenas transa. Fora isso, temos uma relação de manager e cantora mesmo.
Vita Aoki deu a volta e apoiou as mãos na mesa novamente.
— Senhorita Ríos, agora preciso que tire a roupa.
Jude se colocou de pé de novo.
— MAS QUE OBSESSÃO É ESSA?! EU JÁ TE DISSE O QUE TEM AQUI!
— Mas preciso ver e checar se realmente a senhorita não está portando nenhuma droga.
— Vita, eu não estou! Você não vê que isso é bem constrangedor?
— Sei o quanto é constrangedor, mas não vou poder liberar você até ter certeza de que está tudo ok. Escuta, não faço isso sempre, mas já tive que fazer algumas vezes — Está certo, nunca com uma suspeita tão atraente, mas ela não tinha que saber dessa parte. Jude era bonita mesmo. Pele bronzeada, cabelos sedosos, cheiravam tão bem. Os cabelos, a pele dela... Vita era extremamente sensível a cheiros, e ela era toda cheirosa. E transava com mulheres. Com um pau de sex shop. Que ela estava usando naquele exato momento — Não é pessoal, é apenas... um procedimento. A gente executa e logo você vai estar com sua equipe, voando para a Califórnia. Então, você acha que podemos começar?
Jude pensou um pouco. Ela tinha razão, era melhor fazer aquilo de uma vez.
— Ok — Se colocou de pé, agora quase tímida — Devo só...?
— Tirar a roupa. Eu preciso, é... ver tudo.
— Tem que ser na sua frente.
— É, isso. Hum, vou colocar as luvas, e você pode ir... tirando a roupa.
Trocaram um olhar. E, lentamente, Jude levou a mão até o botão da calça. Então, parou.
— Será que você pode tirar o boné?
— Como...?
— É que não te vejo direito — Jude estava achando que ela estava olhando demais. E que estava ficando vermelha, que o coração dela estava acelerando por algum motivo.
Vita tirou o boné e, sim, ela era bonita mesmo, podia ser modelo se quisesse, tinha traços lindos, harmoniosos, olhos escuros, profundos. Anf, Jude tinha um tipo, definitivamente.
— O... é... o distintivo está por dentro da sua camiseta?
Deus, por que não podia ter uma suspeita normal? Se ela não fosse tão bonita, Vita não estaria tão afetada. E, ainda por cima, ela fazia perguntas incomuns.
— Sim, é que... — Puxou a corrente, trazendo para a frente da camiseta — Hoje estou trabalhando à paisana — Respondeu, começando a colocar as luvas de látex.
— Eu... preciso tirar a camiseta também?
— Sim, senhorita, a camiseta também.
Começou pela camiseta. Tirou a camiseta branca; estava usando um sutiã preto por baixo e sua investigadora, que devia estar observando cada movimento seu, estava... fugindo com os olhos. Um código. Jude achava que ela tinha um código, que, se descoberto, hum... o que será que podia acontecer? Toda mulher tem um código secreto que, se descoberto, abre qualquer par de pernas. Queria aquelas pernas abertas. Mas não queria ser presa também. Que situação!
— Agora eu devo...?
— Tirar o jeans, por favor.
Era um jeans largo, com "censored" escrito bem em cima do que... devia ser censurado mesmo. Era de Suzumi; Jude havia decidido vesti-lo porque não marcaria nada, enfim. Tirou os tênis, desabotoou a calça, baixou o zíper e começou a descer o tecido pelas pernas. Por baixo, estava vestindo uma boxer, preta, bem justinha, com algo guardado por dentro, algo, é, volumoso. Vita acabou olhando. Droga, não era para ter olhado. Olhou, e ela notou o olhar porque a resposta física dela mudou. Jude estava nervosa, mas agora... tinha levemente relaxado. Se recostou na mesa, deixando exposto.
— Você quer que eu tire a boxer também?
— Sim, eu meio que... — Vita molhou os lábios, sem sequer se dar conta — Você precisa tirar e então me mostrar o... o... o objeto. E daí precisa vir para essa mesa porque vou precisar... é... fazer uma busca em cavidades.
Os olhos de Jude se arregalaram.
— Em que cavidades você vai procurar?
— Deus...!
Parte 2: Her Code
Jude apertou os lábios para não sorrir. Achava que tinha acabado de encontrar o código de que precisava naquela investigadora. A grande questão é que tinha um procedimento, no mínimo, esquisito pela frente.
— Isso é legal? — Perguntou, ainda de boxer e sutiã, e, de repente, aquela sala não estava mais tão gelada quanto antes.
— Sim, é... geralmente, é uma máquina que faz. A gente vê tudo numa tela e, na maioria das vezes, ninguém precisa, é... bem...
— Colocar os dedos nas cavidades de ninguém, entendo. Pode olhar? Eu vou tirar a boxer agora.
Vita olhou. Mesmo que seu rosto estivesse levemente vermelho, e tinha certeza de que estava. Bem devagar, Jude baixou a boxer, exibindo o brinquedo, lateralmente guardado, que estava preso a um... um... negócio que cobria a... é... uma das cavidades. A mais censurada. E era grande mesmo. O negócio, no caso. E colorido; tinha tons pastéis e uma ponta pink, parecia um doce espiralado.
— Foi isso que a sua agente tocou.
— Isso é... bem grande.
Sorriso de Jude.
— É tamanho padrão. E, independente do tamanho, só machuca se não souber usar. Mas eu sei.
Vita engoliu em seco, o coração levemente disparando.
— Eu preciso, hum... é... que você tire; preciso examinar. E você pode se deitar na maca para... facilitar o procedimento.
Mais olhos nos olhos. E Jude soltou a liga, afrouxando e, então, retirando o strap-on. Os olhos de Vita deslizaram pela sua intimidade, pela sua depilação sexy, pela marca mini do seu biquíni. Havia tido um belo dia de praia em Miami antes de embarcarem. Daí, andou até Vita com seu pau colorido e o colocou nas mãos dela, sem muita cerimônia.
— Quer ver se tem drogas nele?
— É, bem, se — estava olhando para aquilo nas suas mãos — há algo dentro, mas aparentemente é maciço — E era grande, MESMO! Será que o padrão era assim ou...?
— É de um material muito bom, não é rígido, percebe? E ajusta as direções, é muito confortável, você pode amassar pra sentir melhor — Jude disse, altamente coloquial e densamente sedutora, anf.
E se Vita pulasse da janela? Ah, a sala não tinha janelas, não podia, mas DEVERIA, porque estava sentindo pontadas dentro da sua própria calça com aquela suspeita selvagem. E SE PULASSE DE UM PENHASCO?
Deus, por que estava sentindo que seria devorada a qualquer momento? E por que estava sentindo que adoraria?
— Hum, não há nada aqui mesmo — Colocou o objeto rapidamente em cima da mesa — A senhorita pode, é, subir na maca?
Jude a olhou nos olhos de novo. Estava vestindo apenas o sutiã preto e, sem nenhuma cerimônia, subiu na maca.
— MAS ESTÁ MUITO FRIA! — Seu corpo estremeceu inteiro quando colocou o seu lindo bumbum naquela maca gelada.
— Eu sei, sinto muito. É... eu... serei rápida. Se puder relaxar, vai ser melhor. Tenho um produto para usar. Não sinta que é algo de errado, é apenas para garantir o seu conforto — Vita disse, pegando um lubrificante ao lado da mesa.
— Seus dedos são grandes.
— EU SINTO MUITO — Disse, toda errada, e Jude riu.
— Isso é algo bom.
— Você diz...?
— Os seus dedos longos servem para muitas coisas. Os meus são curtos, está vendo? — Mostrou para ela.
— Hum, sim, é, bem… Você pode ficar em decúbito ventral?
— Decúbito o quê?!
— É... — Respirou muito fundo, agora suas mãos estavam vacilando — De bruços. Preciso fazer uma verificação na sua...
— Cavidade, eu sei. Isso é tão esquisito — Jude se virou, deitando-se de bruços, e a mesa seguia GELADA — Você vai usar o negócio, né? Porque seus dedos são longos mesmo.
— Sim, eu... — Colocou o lubrificante na ponta dos dedos — Vou usar o negócio. Você pode relaxar.
— É fácil dizer quando você é a pessoa enfiando o dedo, não... recebendo o dedo.
Vita quis rir, mas não podia. Daí, se aproximou dela e, o mais profissional que podia, deslizou um dedo para dentro de Jude. Houve um gemido e sentiu uma pressão no seu dedo, o que a fez respirar tão fundo que deve ter sido audível. Ela era sexy. Tinha uma marca gostosa de biquíni naquele corpo escultural e cheio de curvas, e não tinha... marca na parte de cima. Devia ter feito topless na praia ou algo assim.
— Você vai procurar alguma coisa ou não?
— AH, SIM. Vou fazer isso com cuidado, mas rapidamente — Moveu seu dedo, conforme o livro de procedimentos, em uma direção, na outra, e sentiu uma vibração. Inferno, ela estava excitada? Porque a própria Vita estava, e isso nunca havia acontecido num procedimento antes. Geralmente, tal procedimento é mesmo uma torta de constrangimento para ambos os lados, mas não era exatamente isso que estava sentindo agora.
Aff, e se só dissesse que ela não tinha drogas e pronto? Ou se só pedisse DEMISSÃO? Moveu o dedo novamente e outra vibração, uma pressão. Devia ser uma reação involuntária, era isso. Buscou um pouco mais (talvez um pouco mais do que o procedimento mandava), só para ter mesmo certeza de que, é... bem, aquela cavidade não tinha nada. E ela tinha uma bunda linda. Não podia ficar olhando, OK! Tirou o dedo de dentro dela e ouviu outro gemidinho. Mas que coisa também! Ela não podia parar de gemer?
— Hum, essa cavidade está ok.
Havia sido tão rápido. Jude não costumava ter nada dentro daquela cavidade, mas, de alguma maneira, não havia sido nada desconfortável, tipo, NADA MESMO. Havia sido, inclusive... o contrário. Estava com tesão, aff!
— Agora precisa que...?
— Você fique em decúbito dorsal. É só... o contrário deste decúbito.
— Você me quer de frente, sem problemas — Se virou na maca — MAS QUE COISA GELADA. ISSO NÃO ESQUENTA NUNCA!
— SINTO MUITO. É, bem, a senhorita pode se deitar para trás e levemente, hum, é... afastar as pernas, não precisa ser muito — Explicou, já trocando as luvas — É só para manter você mais — Jude afastou levemente as coxas, e um fiozinho úmido se mostrou, delicadamente se esticando quando ela se moveu — confortável.
— Não acho que precise do produto agora — Disse, olhando-a reto nos olhos.
— O produto, então, não precisa — Terminou de calçar o segundo par de luvas — Serei rápida.
Jude não estava exatamente com pressa para que ela fizesse a busca naquela cavidade, mas ok. Ela chegou perto novamente.
— Você é forte.
— Você diz...? — O cérebro de Vita não estava mais pensando ordenadamente.
— Tem músculos suaves. Seu abdômen deve ser marcadinho, não é?
— Eu, é... talvez. Eu não sei bem qual marca você se refere exatamente.
— Você podia me mostrar.
— Jude...
Sexy. Era a primeira vez que ela dizia o seu nome.
— Procura primeiro.
— O quê?
— Procura o que você precisa na cavidade, finaliza o seu procedimento.
— Ah, sim! — E com os dedos agora absurdamente trêmulos, Vita deslizou para dentro dela de novo, e Jude estava molhada, quente, vibrando, dava para sentir mesmo de luvas. Seus dedos deslizaram sem dificuldades, em uma direção, na outra, e foi necessária uma força mental sobre-humana, para que não se movesse de maneira errada dentro dela, para que não começasse a estimulá-la, a entrar e sair dela com firmeza. E por fim, para não investigar com a sua língua se não havia nada mesmo naquela cavidade.
PELO AMOR DE DEUS, NO QUE ESTAVA PENSANDO?!
Tirou os dedos de dentro dela imediatamente, e Jude gemeu de novo. Jurando por tudo, mais um gemido dela e Vita não conseguiria responder por si mesma.
— Hum, pronto, procedimento concluído. Você claramente não está portando nada.
Ela se apoiou nos cotovelos, erguendo o dorso da maca.
— Minhas cavidades estão aprovadas, então?
— É, hum, sim — Retirou as luvas e foi se virando meio de costas; não podia ficar olhando para ela, nem era parte do procedimento, era apenas para se manter em segurança e não pular em cima dela.
— Então, posso me vestir?
— Pode, e vou preencher a sua papelada de liberação.
Jude a olhou, por inteira, sem disfarçar.
— Essa parte deve ser chata, não é? — Saiu da maca e passou nua muito perto dela, em direção à mesa. E Vita estremeceu. Anf, estava complexo.
— Parte chata...?
— A de preencher a papelada — Alcançou o strap-on sobre a mesa — Meu amigo está liberado também? Preciso vestir de volta.
— Você vai vestir de volta?!
— Sim, ainda tenho um trabalho a fazer — Respondeu, já vestindo a liga novamente. Ajustou, deixou bem firme, tudo certo — Preciso fazer uma mulher gostosa gozar ainda hoje.
Ela falava sujo, tinha fetiche por quem falava sujo assim. E, sim, aquele era o código para dentro da mente de Vita Aoki e para o meio das suas pernas também.
— Você ainda vai...?
— Entrar com ela num banheiro apertado de avião e — deu um passo em direção à Vita, apenas um, bem devagar, não queria assustá-la — fodê-la com esse docinho aqui.
O coração de Vita disparou inteiro. Outras partes suas também.
— Parece mesmo com... um doce.
— Tem essas voltas, notou? E tem gosto.
— COMO?!
Sorriso de Jude. Outro passo em direção a ela.
— É aromatizado. Tem gosto de chocolate belga, juro!
— Não deve ter! Se bem que... tem cheiro mesmo — Agora Vita estava hipnotizada, olhando para baixo e sentindo o aroma adocicado. Já estava sentindo antes, só não sabia de onde estava vindo — Isso... deve ter confundido os cachorros.
— O cheiro?
— Eles amam chocolate. Devem ter pensado que era chocolate e ficaram agitados.
Jude riu. Foi o primeiro grande sorriso dela, e Vita pensou que aquele rosto lindo merecia mais sorrisos. Ela ficava linda sorrindo.
— Então foi isso que me trouxe até aqui?
— Muito provavelmente, sim. Você me disse que não usou nada recentemente.
— Eu não uso drogas. Meus métodos de diversão são outros. Você... — Agora estava muito perto dela, e ela não havia se movido — Não amassou.
— Não, claramente não é... oco — Os olhos desceram para o brinquedo outra vez, e o tom na voz de Jude mudou completamente. Ficou mais baixo, mais atraente.
— Não quer testar o aroma?
Vita engoliu em seco.
— Eu... consigo sentir daqui.
— E não quer descobrir o sabor?
Ela apertou os lábios, o coração claramente disparado.
— Eu não... chupo coisas assim.
Olhos muito nos olhos.
— Se eu chupar para você, seria muito ruim? — A boca suavemente se aproximando do ouvido dela.
— Jude, eu...
— Não pode — Beijou a boca dela, mas rapidinho, dois selinhos. Esperou a reação, Vita não se moveu — Mas você quer?
E Vita Aoki pulou do penhasco.
Agarrou Jude pela cintura e a beijou, muito firme, muito gostoso, deslizando os seus lábios pelos dela, a invadindo com a língua, a grudando contra o seu corpo forte, intensamente, muito densa, muito gostosa.
— Eu não posso fazer isso — Vita disse, intensa, densa, toda ofegante.
— Ok — Jude a empurrou para a mesa, a beijando de novo, deslizando as mãos por aquele corpaço, descobrindo que o abdômen era gostosinho mesmo; deu para sentir na ponta dos seus dedos depois que correu as mãos por dentro da camiseta dela, contornando a cintura. Mas daí, encostou em algo... suspeito — Vita...?
— Ah! É que estou armada — Levou a mão para trás e tirou um coldre escondido nas costas.
— Você estava armada o tempo todo?!
— Sim, é... um alerta de terrorismo foi gerado pra você — A puxou de novo, correndo a boca pelo pescoço dela, só um pouquinho. Só um pouco não devia ser tão grave, era?
— TERRORISMO?!
— Sim, mas daí cheguei lá e você tem esse rostinho lindo — A parte racional do cérebro de Vita Aoki deu sinal de existência — Jude, a gente não pode, de verdade.
Jude arrancou a camiseta dela, correndo as mãos imediatamente por aquele abdômen, beijando aquela boca de novo; ela beijava gostoso, tinha uma boca muito gostosa.
— Eu quero entrar em você.
— Jude, eu não acho que... é... isso não tem como.
— Desce aqui, linda, só um pouquinho, ok? — A colocou de volta no chão e Vita...
Agarrou o brinquedinho, segurando firme, deslizando a pegada enquanto a beijava novamente, de maneira ansiosa, explodindo de tanto desejo. Parte racional do cérebro?
Deliberadamente, desligada.
— Tem gosto de chocolate belga?
— EU JURO! De joelhos. Só um pouquinho, eu preciso dessa visão — e foi delicadamente a conduzindo para baixo. Vita obedeceu, se ajoelhou e, quando percebeu, já estava... — Ah, linda...!
Estava deslizando a língua, da base até a ponta, tocando também a virilha dela, a parte baixa da cintura, fazendo Jude se arrepiar de tesão, fosse pelo toque ou pela sugestão visual.
— Eu nunca chupei um...
— Não é qualquer pau, é o meu, hum? — Acariciou os cabelos dela, enquanto Vita colocava a língua, sentia o gosto, e aquela visão era... UM TESÃO. Ela colocou na boca, deslizou e deixou sair com um pop.
— Tem gosto de chocolate — Vita parecia chocada.
— Eu disse que tinha. Vem aqui, bem aqui — A puxou de volta, e agora aquela boquinha linda estava molhada e com gostinho de chocolate. Foi beijando-a, empurrando-a para cima da mesa de novo, as mãos abrindo a calça dela.
— Jude, Jude, eu não tenho certeza se... é que... A gente pode fazer isso fora daqui, não é?
— Linda, você mora aqui, na cidade?
— É, eu... moro — Fechou os olhos; a boca dela estava no seu pescoço, deixando beijos numa pressão gostosa demais.
— Eu moro em Nova York por metade do meu ano e em Tóquio pela outra metade. Em dois dias, temos o Coachella na Califórnia e você vai estar aqui, presa neste aeroporto — Terminou de abrir a calça dela e puxou para baixo, e não, não estava preparada para a boxer gostosa que ela estava vestindo. Estava toda de preto, boxer, sutiã esportivo, aquele corpo forte e o DISTINTIVO NO PESCOÇO. Quem disse que sonhos não se realizam, hein, HEIN?! Às vezes, em menos de uma hora.
— Na verdade, eu... vou estar de férias — Enroscou as pernas na cintura dela, grudando-a contra o seu corpo, pondo a mão por dentro do sutiã dela, tocando o seio; aquela mulher era UMA DELÍCIA!
— Hoje é seu último dia?
— Essa é a minha última hora, na verdade. Jude, eu...
Jude desceu a boca pelo decote dela, beijando forte, marcando aqueles seios lindos e então baixou a boca por aquele abdômen que tinha mesmo três linhas verticais deliciosas e, em seguida, tirou aquela calcinha boxer pelas pernas dela, revelando uma coisa gostosa, molhada, cheia de fios de tesão.
Mordeu a boca.
— Eu te deixei molhada, não é?
— Muito molhada e com muito tesão — Vita acabou confessando, e ela beijou sua boca de novo, se estimulando, colocando a mão por dentro, molhando os dedos no próprio tesão e espalhando pelo brinquedo que ia apenas colocando para dentro — Espera, espera aí! — A parou, colocando o pé no canto da cintura dela — Estou com medo disso aí — Disse, e Jude riu, o sorriso mais canalha possível.
— Garanto pra você que — deslizou dois dedos para dentro dela, fazendo-a gemer, jogar a cabeça para trás, porque Vita estava com muito tesão, disparada, quente por dentro — cabe. E você vai gozar. Você é lésbica? — Jude perguntou, deslizando os dedos por dentro dela, massageando, sentindo as unhas curtas dela entrando pelos seus braços.
— Sim.
— E nunca fez nada assim antes? Me deixa adivinhar, você é quem costuma usar esses brinquedos — Desceu a boca sem tirar os dedos, deslizando a língua pela intimidade dela, porque queria o gosto dela, queria... aquela reação gostosa, tão gostosa que foi impossível Vita evitar um gemido — É isso? — Tirou a boca só por um segundo; estava chupando-a como quem chupa um sorvete gostoso.
— É... aham.
— Vou te chupar até você ficar dilatada o suficiente e daí vou te comer, bem aqui, em cima dessa mesa. E você vai gozar como nunca gozou na sua vida. Entendido, investigadora Aoki?
Vita engoliu em seco, gemendo de novo, porque achava que estava entendendo NA PELE o que ela queria dizer. Jude a chupou intensamente, ao mesmo tempo em que a penetrava com os dedos, abrindo aquelas coxas, deixando-a sobre a mesa, sentindo-a molhada, quente, pulsando. Percebia Vita se agarrando pelos seus cabelos, agarrando os dedos na mesa enquanto gemia seu nome, balbuciava coisas incompreensíveis, movia aqueles quadris na direção de sua boca, e aquele abdômen marcadinho, uma delícia, que não resistiu em marcar, e quando sentiu que ela ia gozar...
— Baby... — Vita mordeu a boca, porque, sem aviso nenhum, ela havia subido na mesa e estava entrando com o strap-on. Nem sabia como ela tinha feito; em um segundo, estava na boca dela, gemendo igual a uma desesperada, e agora estava gemendo de novo, mas com aquela GOSTOSA engatinhando na mesa, já dentro de si, levando-a para trás e beijando sua boca sem parar.
Parte 3: Security Check
Então, Jude deitou Vita para trás e, devidamente, estava inteira dentro dela, sentindo aquelas pernas fortes enroscando-se pelas suas coxas, a boca dela no seu pescoço. Sabia que ela deixaria marca, e não estava se importando. Aquilo não era mais uma transa, uma mera fantasia; estavam se olhando nos olhos, se dizendo coisas, partilhando uma conexão real. Algo real naquele mundo tão artificial no qual Jude vivia. A comeu olhando-a nos olhos, beijando sua boca, checando se cada gemido era mesmo de prazer, se não estava a machucando. Entrava e saía dela bem devagar, bem gostoso, esfregando o brinquedo em cima do ponto de prazer de Vita, do lado de fora, do lado de dentro, rebolando muito gostoso em cima dela, percebendo aquela boca na curva do seu pescoço o tempo todo. E sabia que seria rápido; ela iria começar a gozar logo. A sala gelada agora estava quente. Vita estava suada, e Jude estava quente demais. Movia-se, com seus músculos inteiros ativados, era frágil, mas sabia usar tudo o que tinha quando isso envolvia dar prazer para uma MULHER INCRÍVEL.
E Vita era incrível, anf!
— Vita... — Jude gemeu o nome dela, estava tão gostoso, tão...
— Eu vou gozar, linda.
Não era como se Jude não soubesse disso. Se moveu mais firme, mais rápido, sentindo os gemidos dela ficando mais altos, mais roucos; ela tinha uma voz rouca, gostosa de ouvir, ainda mais quando gemia, quando lhe agarrava, quando ficava voraz porque estava gozando de uma forma que nunca havia gozado antes.
Foi intenso, bruto, denso demais. Jude teve que segurá-la enquanto dava as últimas investidas, olhando-a nos olhos, tendo sua boca beijada, chupada, mordida, enquanto sentia os olhos dela tão nos seus, enquanto estavam tão conectadas uma à outra. Empurrou de novo e de novo e gemeu, porque Vita estava tremulando, espasmando, as pernas vibrando sem que tivesse controle, e o gemido dela comendo sua orelha. Ela gozou e Jude escorregou para fora dela, caindo de lado no mínimo espaço daquela mesa, totalmente suada, exausta; se tivesse que aguentar mais dois minutinhos para ela gozar, não fazia ideia se ia conseguir. E daí que Vita Aoki estava mesmo selvagem, e daí que se virou pra cima de Jude e lambeu o brinquedo por inteiro de novo, da ponta para a base, puxando de lado, buscando o que estava embaixo, e Jude vibrou naquela mesa.
— Vita, espera, espera um pouco que gozei e...
— E nós temos vinte minutos para terminar este procedimento — Vita soltou o strap-on e a despiu dele imediatamente — Tenta não gozar na minha boca — Disse, e soou como uma provocação.
PUTA QUE PARIU, ERA MESMO!
Ela mergulhou para o meio das pernas de Jude, lambendo-a, chupando-a forte, estimulando tudo de novo, colocando-a em ponto de tesão em três movimentos e em ponto de gozo em dois minutos.
— GAROTA, ASSIM VOU GOZAR!
— Então... — Soltou a intimidade dela, um pop de novo — Goza rápido, que você vai gozar de novo, mas na minha mão.
Em vinte segundos, Jude estava gozando, MESMO!
Tremulando pela boca dela, sentindo seu corpo inteiro em ignição, seus músculos ativados, apertando-se. Não era que sua intimidade estivesse molhada, estava ENSOPADA, molhando aquela mesa. E gozou em pancada, firme, gemendo alto, apertando-a como podia. Estava disparada, nervosa e até meio perdida quando, de repente, aquela boca estava beijando a sua, e aquela imposição física INSANA DE GOSTOSA estava em cima do seu corpo. Ela era forte, deliciosa, firme demais. Olhos nos olhos, algo intenso, vivo, quase palpável. E, falando em mãos...
— Ai, baby...
Ela havia deslizado dois daqueles dedos longos para dentro de si.
— Está machucando?
— Hum, não.
— Você está muito sensível, senhorita Ríos? Ou posso ir fazendo assim?
E o “assim” dela era um carinho INSANO de tão gostoso por dentro.
— Você... pode — Beijou a boca dela e agarrou a corrente com o distintivo no pescoço de Vita, puxando — Me come sem pena.
E, aham, ela comeu, sem pena nenhuma, firme, gostosa, entrando e saindo com aqueles dedos longos de dentro de si, estimulando, por dentro e por fora, acariciando seu ponto de prazer interno, mantendo-a sob o seu corpaço, pressionando gostoso demais, num tipo de sufocamento que Jude simplesmente AMAVA. Ela enroscou aquela mãozona na sua garganta, pressionando com os dedos, beijando a sua boca enquanto com a outra mão, investia nela firmemente, rapidamente, e, faltando cinco minutinhos para o tempo delas terminar, Jude estava gozando igual a uma maluca.
Gozou em pancada, agarrando-se a Vita por inteiro, e somente quando Jude bebeu a última gota daquele orgasmo, a sentiu soltando o corpo em cima do seu, absolutamente exausta.
Então, ela beijou sua boca, mais longo que qualquer um dos outros mil beijos que já tinham trocado. Longo, gostoso, com carinho. Ela era carinhosa, tinha sido o tempo inteiro.
— Linda, a gente tem que correr, ou vão achar que a terrorista conseguiu me fazer de refém. Isso é algo que se espera de mim — Disse, fazendo Jude rir demais. Ah, sim, o sorriso era lindinho mesmo.
— Você acha que não é muito boa nesse serviço, não é?
— E eu não sou! Olha o que acabei de fazer aqui — Disse, já saindo da mesa, buscando suas roupas, toda nervosa.
— O quê? Fez sua checagem de segurança perfeitamente, agora você tem — Jude se colocou de pé também, buscando suas roupas — cem por cento de certeza que não há nada nas minhas cavidades.
— GAROTA! — Vita acabou rindo. Tinha sido ilegal? Sim, mas tinha sido tão bom também. Buscou algo na gaveta — Aqui, precisa de lenços?
— Você sabe que sim, me deixou muito molhada — Jude disse, se dependurando no pescoço dela e beijando aquela boquinha só mais uma vez — Vita?
— O quê?
— Esse emprego paga bem?
— Sim, esse emprego paga muito bem.
— A ponto de eu te oferecer dois presentes e você não recusar?
Vita ficou pensativa.
— Sim, acho que... sim. Que presentes?
— Isso você vai saber depois — Usou os lenços, ambas colocaram a lingerie e começaram a vestir a roupa toda de novo.
— Hum, não vai vestir o negócio?
Mais daquele sorriso lindo.
— Não. Você vai ficar com ele.
— JUDE!
A puxou pelo distintivo e a beijou de novo; agora, as duas já estavam em suas calças novamente.
— Eu usei com você, então é seu, é... nosso.
Aqueles olhinhos angulados brilharam.
— Então, eu fico com ele, porque é... nosso?
— Isso — Pegou a camiseta preta e vestiu Vita nela de volta, tão bonita! Então beijou aquela boquinha de novo — Você tem namorada?
— Não, eu não tenho.
— Porque devo ter deixado algumas marcas em você.
— AH, EU DEIXEI UMA EM VOCÊ, MEU DEUS! — Uma marca enorme no pescoço dela.
— Não tem problema.
— NÃO TEM MESMO?
— Não tem. Eu não tenho namorada também — Vestiu sua camiseta de volta e colocou a blusa de botões por cima, deixando-a aberta — Hum, posso ter o seu número?
Vita ficou levemente vermelha, o que era uma graça, porque ela havia acabado de lhe comer com aquele distintivo no pescoço e ficou vermelha por causa de um pedido de telefone.
— Sim. É... vou anotar aqui pra você.
Terminaram de se vestir, de limpar qualquer resquício de sexo selvagem. Vita arrumou a sala, preencheu a papelada rapidamente e, quando terminaram tudo, faltava pouquíssimo para o voo de Jude.
— A gente consegue chegar bem rápido se for por aqui — Vita indicou um caminho, e praticamente correram para o portão de embarque.
Deram um pique enorme, correram firme por uns cinco minutos e, finalmente, chegaram ao portão.
— Me atende quando eu ligar? — Jude perguntou, e sua investigadora ficou vermelhinha de novo.
— Sim.
— Não foi uma coisa à toa, está bem?
— Mesmo?
— Mesmo. Por isso, não se livre tão rápido de qualquer sentimento que envolva a mim.
Ela sorriu, tímida, uma graça.
— Aqui, o seu passaporte. Meu número está aí dentro. E... — Olhou de um lado a outro e passou seu boné para a cabeça de Jude — Fica com isso.
Sorriu, inevitavelmente.
— Hum, fica com isso aqui também — Discretamente, Jude colocou a blusa all denim em um dos bancos — Você pega daqui a pouco, para ninguém desconfiar de nada. Tem o meu perfume, você disse que gostou dele.
— Sim. Qual é?
Mais um sorriso de Jude.
— O que foi?
— É que o perfume se chama “Dolce Vita”.
E isso fez Vita sorrir também.
— Mesmo?
— Mesmo. Me atende, está bem?
Sim, iria atender. E o nome de Jude foi anunciado pelo aeroporto inteiro, última chamada.
— Meu Deus, eu tenho que ir.
Teve que ir o mais rápido possível, entregou seu passaporte, a passagem, a papelada de liberação; foi conferida rapidamente, tudo certo, embarque liberado. Ainda deu mais uma olhadinha para Vita antes de sumir pelo túnel. Ela lhe fez um aceno discreto e Jude teve mesmo que correr.
Foi a última a embarcar, na classe executiva, e se apressou até o seu assento, que ficava bem ao lado de Suzumi.
— Mas onde você se enfiou, Jude?! — Ela estava nervosa e claramente preocupada.
— Se você atendesse o celular, saberia! Eu fui... presa.
Daí, ela quase riu.
— Você foi...?
— Por causa do... do... — Se aproximou dela — Do pau que a gente ia usar.
— Jude, você foi presa por causa dele?!
— Sim! Ele tem aroma, os cachorros antidrogas sentiram, reagiram, enfim.
Suzumi estava chocada, dava para ver pelo rosto dela.
— Mas você foi liberada, né? Deu tudo certo?
— Sim, no final... — Abriu o passaporte; havia um número nele e um bilhete: “foi a melhor checagem de segurança da minha carreira. Me liga, Vita”. Sorriu. Ela era doce mesmo, tal como o perfume — Deu tudo certo.
— E cadê o nosso brinquedo?
Jude fechou o passaporte.
— Ficou apreendido.
Aquela idiota riu por quase duas horas seguidas e, depois, ficou nervosa, tensa, ansiosa e excitada quando Jude contou tudo o que havia acontecido. Suzumi era sua melhor amiga; não fazia sentido esconder nada dela.
— Espera, agora você está me dando a instrução imediatamente?
Elas tinham um código: sempre que estavam ficando sério com alguém, davam uma “instrução” uma à outra, como uma forma de dizer que não transariam mais porque uma delas estava comprometida.
— Sim — Jude respondeu, toda sorridente. Já tinha mandado mensagens para Vita, e ela já tinha respondido. Ainda tinham mais três horas de voo pela frente.
— Garota, ela mora em Miami.
— Eu sei!
— E você, NO JAPÃO.
— Não acha que são muitas conexões? Ela é japonesa, Suzi.
— Eu sou japonesa também, caso você tenha esquecido.
— Eu me lembro — Pediu uma foto para Vita; ela mandou imediatamente. Estava no carro, já indo pra casa. Atraente? UM ABSURDO!
— Jude, vocês transaram uma única vez. Você não acha que está muito emocionada, não?
— Eu não fico emocionada.
— E é isso que está me preocupando.
— Hum, ela está usando a minha camisa, está emocionada também, está vendo? — Mostrou para ela, toda feliz.
— Jude, ela vai sumir. Deve ser uma canalha acostumada a seduzir mulheres.
— A Vita?
— SIM. DE QUEM MAIS ESTAMOS FALANDO AQUI?
— Ela não é uma canalha, não — Seguia com os olhos no celular — Me manda aquele código de credencial?
Suzumi pegou o celular e enviou.
— Pra que você precisa?
— Vita é sua fã.
— Mesmo? — Aquilo a deixou animada; era uma narcisista confessa, a sua cantora.
— Sim. Vou enviar pra ela, com um voucher de passagem para a Califórnia.
— MAS O QUE ESTÁ ACONTECENDO COM VOCÊ?
— EU NÃO SEI. Mas acho que... quero muito um segundo encontro com ela.
— E se ela te achar uma maluca e simplesmente não aparecer?
Bem, era uma possibilidade. Pousaram, e Jude arrumou seu presente: a credencial nominal que dava acesso à Vita não apenas ao Coachella, mas aos bastidores também. Enviou para ela com um voucher de passagem, e ela a achou uma maluca mesmo.
— Eu... não fazia ideia de que era algo assim! — Não dava para sentir na voz dela se era ansiedade positiva ou negativa.
— Vita, escuta — estava falando com ela já nos bastidores; já tinham muito trabalho a fazer — vou ficar muito ocupada pelos próximos dois dias, não conseguiremos nos falar direito, muito provavelmente. Mas você pensa e não me conta o que decidir, ok? Só pensa e decide, sem pressão nenhuma. Vou te esperar aqui. E se você não vier, eu vou entender também.
— De verdade?
— De verdade — Abriu um sorriso — Adorei o que fizemos.
— Eu também adorei. Eu nunca havia feito nenhuma loucura, Jude. Você só... achou uma chave, que desbloqueou uma versão inédita de mim.
Mais sorrisos.
— E isso é bom, não é?
Era sim. Era maravilhoso, na verdade.
E, como o previsto, os próximos dias foram uma completa insanidade. Jude não teve tempo pra nada, apenas correndo de um lado a outro, checando os últimos detalhes do show, acompanhando ensaios, verificando figurinos, passagens de som, averiguando o palco, fazendo todas as checagens de segurança. Quando se deu conta de que era isso que fazia, mandou pra Vita uma foto do palco e o que estava fazendo. Ela riu e pediu uma foto sua, porque estava com saudades.
Ligou para ela rapidinho.
— Estou feia, suja, com o cabelo bagunçado.
— Suja pode ser verdade, o cabelo bagunçado é um charme, mas feia... você nem consegue, linda.
— Você não está entendendo, eu cheguei aqui às seis da manhã, já são duas da tarde, os portões vão abrir em breve e eu estou um desastre!
— Hum, eu gostei da calça de moletom.
— Ela é linda! Mas derramei mostarda nela.
— Mas a camiseta está limpinha e é linda. É da Suzumi, não é?
— É sim. A gente fez esta especial para o Coachella e... Espera, como você sabe tudo isso?
— Acho que você não é tão boa de checagens de segurança quanto pensa, Senhorita Ríos. Olha pra trás.
Olhou pra trás e lá estava, toda de preto, mas desta vez de calça paraquedista, camiseta, a credencial no peito ao invés do distintivo e a sua camisa all denim amarrada na cintura. E Jude apenas...
Correu pra ela, reto pra ela, e saltou no pescoço de Vita imediatamente, sendo pega firmemente por aqueles braços e sendo longamente beijada.
Beijo longo, gostoso, todo apegado.
— Espera, eu podia te beijar aqui ou...?
— Hum, acho que me beijar num backstage de um show é mais legal do que numa salinha de revista de uma possível terrorista — Jude disse, fazendo-a rir gostoso demais, ainda toda agarrada nela, com seus pés fora do chão.
— Está usando o meu boné.
— Sim, todos os dias — Respondeu, toda sorrindo. Aquele sorriso tinha Vita demais, aff!
— Jude, isso é uma loucura, sabia?
— Sim, eu sei disso muito bem — A beijou de novo; ela tinha vindo mesmo! — Espera, você acabou de chegar?
— Sim, vim direto pra cá porque não tem hotéis disponíveis!
Jude riu; não estava conseguindo parar de sorrir.
— Não tem, não, você vai ter que ficar comigo, no meu quarto, ok? — Tocou os pés no chão, a cheirando um pouquinho. Ela estava toda cheirosa, toda gostosa.
— Hum... Temos que ver uma questão antes.
— Uma questão...?
— Sim, é... — Vita se ajustou, como se fosse dizer algo muito sério — Se a gente for apenas transar, não podemos dormir juntas.
Jude pensou um pouco.
— Você quer dizer, se a gente for apenas transar...?
— Temos que dormir separadas. Eu não posso ficar apaixonada por alguém que só quer transar comigo; pode ser algo muito burro de se fazer. Analisei todas as possibilidades e essa parece a mais burra mesmo.
Jude a agarrou e a beijou novamente, grudando-a inteirinha no seu corpo.
— Você vai dormir comigo, linda. E a gente vai transar, mas não é só isso.
— Não vai ser como você e a Suzumi...?
Beijinhos e mais beijinhos naquela boquinha linda!
— Não vai ser, acho que nada nunca vai se igualar ao que aconteceu com a gente. Hum, você trouxe o nosso brinquedo?
Ela sorriu.
— Jude, e se eu fosse parada?!
— EU SEI! Mas você trouxe...?
Vita a puxou mais pela cintura, grudando-a o máximo que conseguia contra seu corpo.
— Consegue sentir?
— Baby...!
— Acho que você pode querer relaxar antes do show.
Vinte minutos depois, num cantinho fechado daquele backstage, Jude Ríos estava sendo, devidamente, gostosamente, deliciosamente, comida contra a parede.
E SIM, o show de Suzumi foi um enorme sucesso. Ela era popular, tinha fãs enlouquecidos por ela, emendando um hit atrás do outro, e foi uma delícia absoluta poder curtir aquele show pelo qual Jude havia trabalhado tanto, toda grudadinha na sua investigadora.
O que seriam delas? Não fazia ideia, só tinham a mais absoluta certeza de que estavam seguras uma com a outra. E que iriam dormir agarradinhas naquela noite.
Notas da Autora: Tessa Reis
Hola, guapas e guapos! Como estamos?
Retornamos à biblioteca secreta de Reira Kato mais uma vez! O terceiro conto veio no calor de Miami, no meio de um movimentado aeroporto, onde encontramos Jude Ríos como a suspeita com a carinha mais bonita que Vita Aoki, uma investigadora federal, já tinha visto na vida! Curtiram a versão manager e policial das nossas garotas? Dizem por aí que tal conto, Reira leu com Zoe enquanto elas cuidavam de colocar o La Calma del Mar Festival de pé em San Andrés 😌.
Prontos para o nosso último conto?
Mais 150 comentários e teremos Vita e Jude se conhecendo novamente, mas agora, em Singapura, num hotel cinco estrelas, onde uma milionária tentará um encontro com uma acompanhante de luxo que não fica com mulheres. 👀
Besos, La Guapa 💋
Top
Que conto!! 🔥🔥
Tessa segue nos colocando em estado de derretimento
pega fogo cabaré!!!!🔥 Que delicia de conto! perfeito!
Derretendo…🫠🤤🔥