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The Reira's Library: Let's Go To Our Office

Foto do escritor: Riesa EditoraRiesa Editora

Capa The Reira's Library
Conto Lets Go To Our Office



Parte 1: Echo


Echo é a palavra grega para reverberação e o nome de uma ninfa amaldiçoada por Hera a sempre repetir os últimos sons que ouvisse. A deusa a amaldiçoou em virtude da jovem ninfa falar em excesso e, assim, a prendeu na imprecação que não só a obrigava a escutar mais, como a repetir todos os últimos sons que ouvisse. Um dia, Echo cruzou caminho com Narciso, um jovem altamente cortejado e que estava contemplando a própria imagem em um lago. Echo se apaixona por Narciso e eles começam uma conversa, na qual apenas as últimas palavras são repetidas. Seduzido por suas próprias palavras e pela sua imagem, Narciso acaba imergindo nas águas, deixando o coração de Echo quebrado para todo o sempre.


— É... para a Echo Inc., você sabe onde fica? Estou tentando confirmar o endereço, mas o app não está respondendo — Jude explicou. Tinha entrado no Uber e o motorista havia informado que o app não estava confirmando as direções.

— A internet está bem ruim hoje, senhorita, há apagões acontecendo pela cidade. A Echo é aquele prédio alto, todo preto, que fica no centro?

— Sim, este prédio mesmo. Estou recente aqui na cidade, ainda meio perdida nos endereços — Disse, com os olhos no celular. Era um dia superimportante em seu novo emprego, onde estava há mais ou menos quinze dias, ainda numa espécie de estágio probatório. Jude Rios era engenheira de software por formação, mas tinha aplicado para uma vaga fora da sua área de atuação: tinha se inscrito para a posição de assistente pessoal da CEO da empresa, a talentosa e pragmática Vita Aoki, e havia dado certo. Vita era engenheira na área de mecatrônica e automação, e tinha patenteado uma espécie de fone de ouvido indestrutível: imune à água, a altas temperaturas, à ação de vento forte, à pressão subaquática e a todo tipo de força da natureza que se possa pensar.


O fone, além de ter designers lindíssimos, virou o queridinho dos atletas e dos praticantes de esportes radicais, fazendo sua CEO e criadora escalar no mercado de maneira surpreendente por diversos motivos: primeiro, Vita era uma mulher em uma área dominada por homens; segundo, tinha se tornado bilionária antes dos trinta anos; e terceiro, ninguém sabia muito bem quem ela era. Vita não dava entrevistas, recusou a capa da Forbes no último ano e não existiam fotos dela sequer na sede da empresa. Ela era ultra reservada e, apesar de Jude ter sido contratada para assisti-la, ainda não tinham se conhecido. Aparentemente, Vita estava na Ásia aquelas duas semanas, e todo contato que tiveram foi por e-mails ou mensagens de celular, em um perfil sem foto pessoal, apenas com o símbolo da empresa:


A ninfa Echo, da mitologia grega, usando... os fones da empresa.


Podia parecer bobagem, e provavelmente era, mas tinha aplicado para aquela empresa por conta daquela logomarca. Era como a sereia da Starbucks: todos que olhavam reconheciam imediatamente, distinguiam a deidade sedutora e o formato moderno dos fones. Era divertido e a empresa era jovem, ambiciosa, com um lindíssimo e moderno prédio totalmente preto no centro da Cidade do Cabo. Não teve dúvidas, queria trabalhar naquele lugar, e quando não encontrou oferta na sua área, decidiu tentar a vaga de assistente. Foi aprovada, ao menos, momentaneamente aprovada, porque naquele dia conheceria finalmente a misteriosa Vita Aoki, e ela faria a parte final de seu processo seletivo. Isso tinha ficado claro: estava contratada, mas se Vita a recusasse, o contrato seria rescindido.


— Ela é japonesa? — O motorista perguntou de repente.

— Quem?

— A CEO que ninguém conhece. Aoki é asiático, não é?


Pensou um pouco sobre aquilo. Não sabia se era asiático ou não, não tinha perguntado a respeito.


— Eu não tenho certeza, mas Vita é italiano.

— E a senhorita é de onde? Porque não é daqui — Ele ofereceu um sorriso.

— Eu sou colombiana, de Medellín.

— E mudou pra cá por conta do trabalho?

— Isso. Faz menos de um mês.


A Cidade do Cabo havia se tornado uma espécie de ponto de encontro de empresários bem-sucedidos e startups em busca de investidores. Todo janeiro, jovens e influentes empresários voavam para “A Cidade Mãe” em busca de bons negócios para fazer e conexões importantes enquanto desfrutavam das praias sul-africanas e da cidade exótica, uma espécie de Miami Beach com montanhas lindíssimas e savanas. E tudo isso com a cultura única de uma potência africana. Se você tinha uma boa ideia, era pra lá que deveria voar, e era aparentemente o que tinha feito Vita Aoki há dez anos, quando conseguiu seus primeiros investidores para sua startup, que hoje era uma grande empresa de sucesso.


Falando nela...


Quando sua internet voltou a funcionar, mensagens entraram. Nada de Vita Aoki; o contato dela, Jude tinha salvado apenas como Echo.


“Você checou a documentação da fábrica?”

“Acho que o último trecho do meu voo está atrasado.”

“Se atrasar, segure a reunião com os investidores de Hong Kong.”

“Conseguiu a reserva no Sunday Feeling?”


Ótimo, agora parecia que estava off-line há quase meia hora, o que era uma falha grave. Respondeu a tudo o que ela perguntou e, por último, explicou que a cidade estava um caos, sofrendo com apagões elétricos e que isso devia estar prejudicando a internet. Esperou por uma mensagem atravessada, mas recebeu:


“Isso não aconteceria se a nossa empresa cuidasse da energia elétrica desta cidade, com toda certeza.”


Jude sorriu para a resposta. Era engraçado, naqueles quinze dias, havia sido alertada sobre a ferocidade de Aoki, que ela não era de muita conversa, que era extremamente direta, que não gostava de perder tempo, mas em todas as mensagens trocadas entre elas não... sentiu a tal ferocidade. E nem a impaciência. Seus colegas haviam alertado também que Vita era italiana, romana, e que era extremamente bonita, do tipo difícil de se parar de olhar. E que ela odiava ser olhada longamente, isso a deixava de mau humor. Estava muito ansiosa por conhecê-la. Queria saber se ela era tão bonita assim ou se era apenas exagero. Homens se deslumbram com facilidade. Jude sabia disso muito bem porque, todos os dias que entrava naquela empresa, sentia como se um evento único estivesse acontecendo.


Pronto, finalmente chegou, quase meia hora atrasada. Tinha escrito novamente para Vita, mas ela não havia mais respondido, devia estar desembarcando ou algo assim. Entrou arrastando olhares desde a recepção, vestidinho preto, terninho italiano por cima, óculos escuros, saltos altos, cabelos longos e escuros, presos em um coque baixo e elegante. A cor bronzeada de sua pele causava salivação de tão bonita. Sabia muito bem que chamava atenção, que seu rosto era uma joia, que suas curvas jamais passariam despercebidas. Caminhou para o elevador levando muitos olhares, de homens e mulheres, porque, realmente, ninguém passava imune à sua beleza. Andou levando os olhares e checando algumas coisas no seu tablet, então, pela sua visão periférica, viu saltos apressados tentando chegar ao elevador antes das portas se fecharem. Segurou a porta, sem erguer os olhos.


— Obrigada — Ela disse, voz densa, baixa, rouca.

— Não por isso — E então ergueu os olhos porque a voz era muito gostosa e, HMMM.


Primeira impressão? Queria que ela apertasse o seu pescoço e lhe perguntasse: “quem é a minha vadia?”, imediatamente.


Jude mordeu a boca.


Cabelos longos, castanho-claro, e de baixo para cima, o que Jude viu foram saltos altos - Louboutin, com toda certeza - pretos, mas de sola vermelha; pernas firmes e suaves, meias pretas de cano longo - Chanel. Um estilo que, sinceramente... Então, minissaia preta, top justo, sem mangas e gola alta, sem deixar ver nenhum pedacinho do abdômen - o que era uma pena. Jude gostaria de ver, pois parecia DELICIOSO. Terninho pendurado nos ombros, branco como o top, bolsa de couro - Chanel também - e um rosto que...


Ela tinha uma boca linda, com um arco do cupido perfeito, olhos angulados, lindos, sexys, super riscados e uma voz que... Achava que tudo o que aconteceu dali pra frente poderia ter sido evitado se ela não tivesse aquela voz tão densa, tão profunda, sedutoramente rouca.


Esticou sua mão para ela.


— Meu nome é Jude Rios e acho que é a primeira vez que nos encontramos...?


Ela tocou sua mão, o olhar firme nos seus olhos, e o toque não foi um aperto, foi quase um carinho. Os dedos se tocaram, escorregaram, se alongaram um pouco.


— Absolutamente. Você não tem um rosto que se esquece ou que se confunde — Voz baixa, sedutora, anf! Jude apertou os lábios.

— Posso dizer o mesmo de você. Amei suas meias.


Houve um sorriso dela, era um charme. Um sorriso perfeito, de canto de boca.


— Das meias ou do que as meias estão vestindo...?


Hum, ela era direta. Jude riu, porque só havia sido pega em flagrante delito; continuava olhando para aquelas pernas e não conseguia afastar os olhos.


— Você tem pernas... intensas.

— Que adjetivo diferente.

— Eu não gosto de repetir o que todo mundo diz. São pernas fortes, bem torneadas, mas isso você deve ouvir todo dia.


Ela baixou descaradamente os olhos para as suas pernas.


— Você também, não? — E então, aqueles olhos densos retornaram para dentro dos seus.

— Também — Sorriso sedutor de Jude. Particularmente, achava suas próprias pernas uma delícia, por isso as exibia sempre que possível.


Ela sorriu de volta, enigmática.


— Hum, não apertamos nenhum andar.

Uh, isso aconteceu. Você está indo para qual andar?

— Nesse momento? Para o andar em que você for. E você, para onde está indo? — Ela perguntou.


Jude sentiu um apertão entre as coxas. Amava mulheres diretas, amava.


— Andar vinte e dois.

— Vinte e dois, ok — Ela apertou o botão e o elevador começou a se mover — Você entrou e não marcou o andar?

— Sim, eu... Estou meio distraída hoje.

— Posso apostar que as suas pernas têm um gosto cítrico de laranja selvagem quando a gente encosta na boca. Precisa de muita vitamina C para manter a pele tão firme e suave assim — E olhando reto em seus olhos: — Posso comprovar a minha teoria?

— Eu- — Jude sorriu, levemente corada, agora meio desconcertada. Sim, queria aquela mulher a sufocando e a desconcertando na cama — Então... É... é que eu trabalho aqui.

— Tenho certeza de que sim — Ela continuava sorrindo, inabalável.

— Posso ter o seu contato pra gente continuar essa conversa, talvez durante o almoço de hoje? 


Ela se aproximou um pouco mais, e o perfume dela... Chanel N°5, com certeza.


— Essa corporação é muito rígida quanto a isso? — Ela perguntou séria.

— Você quer saber, com flertes em elevadores...?

— Flerte entre mulheres em elevadores. É muito rígida ou...? 

— Eu acho que... Não sei muito bem. Ninguém falou nada sobre esse tipo de política.

— Eu conheço a sua CEO.

— Você conhece? — Ela deveria ser uma investidora então, ou um potencial cliente da reunião de mais tarde.

— Conheço — Se recostou no lado oposto ao que Jude estava. O elevador era inteiramente espelhado.

— E o que você acha que ela pensa sobre isso?

— Você diz sobre duas mulheres bonitas flertando no elevador dela...? — Olhos muito nos olhos, o sorriso de canto de boca que era um GOLPE BAIXÍSSIMO. Como isso poderia ser? Tinha ficado imediatamente atraída por ela. E não transava há um bom tempo; os processos seletivos para sua cama eram mais rígidos do que os da Echo Inc. Mas aquela mulher ali... tinha algo. Algo que estava a pegando pelas pernas. Literalmente.

— Sobre... isso — Aquele abdômen parecia consistente. Queria tocar. Seus pensamentos intrusivos estavam exigindo esse toque.

— Acho que ela é do tipo que... adoraria assistir algo assim via câmera de segurança — Encarou a câmera, que estava voltada bem na sua direção.


Jude mordeu a boca de novo. Aquela mulher estava mexendo com a sua cabeça.


— Dizem que ela é uma gostosa — Os pensamentos intrusivos começaram a surgir. Não deveria estar dizendo isso para alguém que conhecia Vita, mas escapou. E achava que mais coisas ainda poderiam escapar; a porta da sua mente parecia oficialmente aberta. Outras partes suas também. Precisava sair daquele elevador o mais rápido possível. E com o contato dela.

— Ela é.

— E gosta de mulheres também ou...?

— Ela SÓ gosta de mulheres.


Outra pontada entre as suas coxas. Sério que sua chefe gostava de mulheres?


— Posso confiar nas suas infos? Você conhece mesmo Vita Aoki tão profundamente? — Cruzou as pernas uma na frente da outra, acalmando a sua... aham.

— Ela não é... tão... profunda — Disse, sorriso CANALHA na boca.


E Jude riu, agora cruzando os braços, entendendo exatamente o que ela estava querendo dizer.


— E suas mãos são grandes.

— Elas são — Ela disse, contemplando os próprios dedos por um instante, deixando Jude ver com mais... claridade ainda. Mãos grandes, bonitas, anéis caros na mão direita, mas mão esquerda livre. Podia apostar qualquer coisa que ela era canhota. E um tipo que sempre estava pronta.


E então, o elevador parou abruptamente. Jude gritou, se agarrando nas paredes, as luzes começaram a piscar furiosamente e ela seguiu gritando e gritando até que, braços intensos ao redor do seu corpo, a segurando firmemente.


— Calma, calma, foi só... — Ela olhou ao redor e a câmera de segurança simplesmente pifou. Em mini explosões, faiscando para todos os lados enquanto as luzes se apagaram por completo — Mas que... Quanto pagaram nessa câmera?!

— O que tem a câmera?! — Jude estava agarrada nela, com o rosto enfiado... nos peitos? Como tinha acontecido de...?

— Nada, ela só pifou — Seguia olhando, visivelmente decepcionada — Você está bem?

— Estou, mas é que... eu não gosto de lugares fechados.

— Soube de quedas de energia pela cidade, deve ter sido mais uma. Espera um pouco — Apertou o botão de emergência no elevador, sem soltar Jude do seu enlaço. Alguém atendeu — Bom dia! Ocorreu alguma queda de energia? O elevador parou.

— Sim, senhorita, estamos enfrentando uma instabilidade elétrica muito grande hoje. Há algum sinal de falha no elevador?

— Falha no elevador? Não, só estamos paradas.

— Então iremos ativar o procedimento de segurança e aguardar trinta minutos pelo retorno da energia elétrica. Se não ocorrer, enviaremos o resgate, tudo bem? Há alguém que precise de ajuda imediata?


Olhou para Jude, como que a checando.


— Não, eu... consigo esperar.

— Estamos bem, pode executar o procedimento padrão.

— Ok, senhorita.


Parte 2: Ninfa... Maníaca


Ela desligou e se voltou para Jude novamente.


— Quer um pouco de água?

— Você tem?

— Tenho. Só um segundo — Abriu sua bolsa, encontrou sua garrafa preta, térmica e com cara de exclusiva, passou para as mãos de Jude — Beba o quanto precisar.


Jude abriu a garrafa e tomou praticamente toda a água, respirando fundo para se acalmar um pouco.


— Melhor?


Outra respiração profunda.


— Melhor, obrigada.

— Infelizmente, a câmera queimou — Olhou para a câmera novamente.

— Parece que você está bastante chateada com isso.

— Estou, de fato. Senhorita Rios?

— Sim?


Ela olhou diretamente em seus olhos. E delicadamente, colocou a própria bolsa no chão.


— Você acreditaria se eu dissesse que posso fazer você se sentir melhor?


Jude engoliu em seco.


— Você diz...?

— Em dez minutinhos. Acredita que posso fazer você se sentir melhor? — Ela se aproximou de Jude, suavemente.

— Melhor, tipo...? — Os olhos fixos naquela boca, o corpo dela a um passo do seu.

— Mais... relaxada, menos tensa — Ela colocou as mãos ao redor do seu corpo, segurando no corrimão do elevador junto à parede onde Jude estava encostada. Agora ela estava extremamente perto — Você é realmente atraente, mas disso, com certeza, você já sabe — Disse, com a boca quase encostada em sua orelha. Com o corpo dela quase encostando no seu, milímetros as separavam, provavelmente — O que você não sabe é que a minha calcinha molhou assim que olhei para você.

Joder... — Acabou escapando da sua boca em um suspiro. Significava exatamente o que parecia. Que mulher GOSTOSA! Que falava sujo, do jeito que Jude adorava.

— É exatamente no que estou pensando. Posso fazer alguma coisa com isso?

— Você diz, com a sua calcinha molhada por minha causa...?


Sorriso dela.


— Ou com a sua calcinha molhada por minha causa. Eu posso ou...?


A intimidade de Jude apertou ainda mais. Era uma loucura. Estava presa com aquela estranha no elevador e ela estava lhe oferecendo...?


— Fale claramente o que você quer — Sua cintura estava querendo ir para ela, encostar nela, segurou sua cintura, mas não sua mão. A mão foi para aquele abdômen que era... muscular, dava para sentir só de encostar. Se desse uns tapinhas, seria sonoro, apenas sabia.

— Claramente?

— O mais claro que você conseguir — Deu uns tapinhas no tal abdômen gostoso e era sonoro mesmo, consistente, firme pra caramba. Ela sorriu, sem se mover.

— Eu quero foder você aqui dentro, agora. Quero puxar a sua calcinha de lado e cravar esses dedos que você não para de olhar dentro de você. E então, você vai gozar muito forte. Vai ficar de joelhos e me chupar com essa boquinha linda até eu gozar na sua língua. É o que eu quero claramente. Alguma objeção?


Ok, agora seu corpo inteiro tinha disparado.


— É que... — Fechou os olhos e suspirou porque, de repente, a boca dela estava em seu pescoço, deitando beijos delicados enquanto bem devagar, ela estava cravando aquele corpaço contra o seu. Jude sabia que ela estava fazendo tudo bem devagar para lhe dar tempo de negar e sabia que devia negar, mas seu corpo simplesmente... não queria obedecer — Eu realmente gosto desse trabalho... — Apertou a mão naquela bunda que a minissaia desenhava tão bem, puxando-a contra o seu corpo e a sentiu sorrindo no seu pescoço.

— Eu protejo você.

— Com a minha chefe?

— Com ela. Eu cuido disso. Vou dizer que só estava atrativo demais para não ser feito. Você já fodeu em um elevador antes, senhorita Rios?


Anf.


— N-nunca... — Saiu todo gemido, todo tremido, suas pernas se abriram por vontade própria.


E então, ela cravou a boca em seu ouvido:


— Eu prometo que vai ser tão bom que você vai querer fazer de novo.


Jude a agarrou e beijou a boca dela.


Beijou com fome, deslizando seus lábios pelos dela, tirando o terninho italiano que seguia apenas pendurado nos ombros. Percebendo-a fazer o mesmo com o seu terninho, escorregou pelos seus ombros para fora do corpo enquanto aquele braço firme a enlaçava pela cintura. A boca dela desceu pela sua clavícula, língua visivelmente em ação, tocando consistentemente, até chegar onde ela queria: o seu decote. Aquela boca afundou pelo seu decote, fazendo o meio de suas coxas disparar. Sua bolsa caiu ao chão e Jude se recostou inteira contra o espelho, cabeça para trás, sua coxa subindo pela dela, a mão no pescoço e a outra buscando aquele abdômen por baixo do top. Ela sorriu de canto de boca? Exatamente!


— Você precisava pegar no meu abdômen da mesma maneira que eu precisava agarrar esses seios, e você querendo me fazer esperar até a hora do almoço — Disse, baixando a frente de seu vestido, deixando um chupão em seu seio de forma que não desse para ver no decote, fazendo Jude gemer, apertar os lábios, empurrar a parte baixa de sua cintura contra a dela.

— Eu ainda não sei se... isso é uma boa ideia — Estavam paradas, mas podiam ouvir vozes, vez ou outra. Não sabia se estavam em algum andar, se a luz ia voltar logo e, se voltasse, como...? Ela tirou seu seio pra fora, colocando inteirinho na boca — Fuck...!

— Você está... muito dura, o seu mamilo está... — Ela colocou a língua em cima, chupando, tocando — Ereto na minha boca.

— Eu não acho que... — Sua mão apenas desceu, entre as coxas dela, apertando bem em cima de onde ela estava... pulsando, dava para sentir — Você está excitada pra caramba...!

— Muito excitada. Eu corri porque não podia deixar esse elevador se mover com você nele. Eu ia te procurar como uma louca por essa empresa — Chupou o seio dela mais uma vez e então soltou, se abaixando, correndo o rosto muito perto do seu corpo, subindo seu vestidinho só um pouquinho e passando a língua pelas suas coxas, fazendo Jude... tremular contra a parede. Tremulou, mordeu a boca, olhou para baixo; ela estava perfeitamente agachada sob aqueles saltos, correndo a língua consistentemente pelo meio de suas coxas, subindo até a sua virilha.


Sua intimidade vibrou, Jude se segurou contra o corrimão.


— Tem o gosto que você imaginava? — Perguntou pra ela. Agora, seu coração estava correndo pelo seu corpo inteiro.

Cítrico, sim — E então, correu suavemente o nariz pela frente de sua mini calcinha branca, que já estava toda marcada. Ela sorriu ao notar — Eu amo lingeries claras.

— É o que você está usando?

— Não. Eu amo tirar a roupa de uma gostosa e encontrar uma lingerie assim, que deixa claro o quão molhada está a fruta que eu quero comer — E suavemente, recostou o lábio em cima do seu sexo, o que fez sua cintura se empurrar para ela sem nenhum controle — E sabe de uma coisa? — Ela segurava a barra do seu vestido pra cima com uma mão e agora estava... puxando sua calcinha com a outra, brincando com o tecido, fazendo entrar, pressionando assim só um pouquinho — Eu gosto das minhas frutas bem cítricas — E lambeu em cima do tecido, pressionando gostoso demais, e então, puxando de lado, deixou um beijinho e só...

— Espera, a gente não pode, eu não devo...


Ela subiu e virou Jude de costas, a colocando contra a parede, braço cruzando o seu dorso, mão na sua garganta e bem no seu ouvido:


— Você não deve contrariar a nós duas, senhorita Rios. Eu disse que ia foder você. Lembra como? — Perguntou, engolindo o lóbulo de sua orelha, e Jude... se apertou contra o espelho, sentindo o corpo dela pressionando o seu, respirando tão forte que marcou o espelho. Que se foda! Tudo! Podia encontrar outro emprego, mas não sabia se podia encontrar outra mulher como aquela, PRIORIDADES.


Então, apenas respirou muito fundo, sentindo toda aquela pressão gostosa pelo seu corpo.


— Tirando a minha calcinha de lado e cravando os seus dedos longos dentro de mim — Disse, já erguendo uma das coxas, inclinando seus quadris para ela — E, eu sou profunda.

Ah, baby... — Chupou o pescoço dela, gemendo muito gostoso.

— O quê?

— Você é o tipo de gostosa que vai me fazer viciar — E então, apenas a penetrou.


E sim, ela era canhota, de FATO.


Penetrou, empurrando a calcinha de lado, encontrando caminho para dentro de Jude, que estava AMPLA, QUENTE, MOLHADA, anf. Entrou fundo, ouvindo Jude gemer alto e tapando a boca dela, logo em seguida. Não sabia o quanto podiam ser ouvidas. Ela estava tão encharcada que era audível também, podia literalmente ouvir seus dedos entrando e saindo dela no silêncio profundo do elevador.


— Não podemos ser ouvidas, hum? — Disse, a boca na orelha dela, mordiscando, chupando, sentindo o perfume gostoso que ela tinha e que era uma ironia deliciosa: Jude usava Dolce Vita, Dior, apenas sabia — Você está... mordendo os meus dedos. Você gosta assim, hmm? — Ela respondeu, inaudível, gemendo sem parar enquanto as duas suavemente batiam contra aquele espelho. Estava se movendo com ela, sentindo o impacto daquele corpo curvilíneo contra o seu, seus dedos que estavam a impedindo de gemer tão alto entrando na boca dela, então ela chupou, porque era uma GOSTOSA, uma DELÍCIA! Devia conhecer as áreas erógenas femininas como ninguém.


Jude chupou, chupou e então tirou aqueles dedos da sua boca.


— Eu quero os seus dedos apertando a minha garganta.


Ela não precisava pedir duas vezes.


Enlaçou a garganta dela com os seus dedos e a virou de frente, tirando e colocando os dedos de volta dentro dela, com mais pressão ainda, beijando aquela boca porque ela não podia gemer alto, mas podia gemer na sua boca. E os gemidos foram aumentando, seus dedos foram apertando mais e mais, seu toque dentro dela? Enlouquecedor de tão forte, estocando, entrando firme, a tocando por fora com o dedão e só encontrou o ponto gostoso por dentro, estava bem na ponta dos seus dedos. As mãos dela lhe apertando, aquela boca gemendo muito alto, aquele rosto lindo sentindo prazer, lhe provocando com os olhos, sim, ela sabia que era deliciosa, sabia o que podia causar, gostava do perigo e estava flertando com os seus impulsos. Os músculos do seu corpo todos ativados, músculos dos braços, do abdômen, não era claramente muscular, mas seus músculos se mostravam quando ela estava em ação e, sim, estava muito em ação dentro daquela gostosa que, de repente, tinha vindo parar bem na sua mão.


Devia tê-la levado para jantar primeiro. Mas sabia, desde o momento em que colocou seus olhos nela, que Jude não teria outro destino a não ser sua cama. Ou um elevador. Não, não era de se apaixonar, isso nunca havia acontecido, era muito louca por si mesma para se apegar a outra pessoa, mas quando viu aquele rosto...


Achava que tinha um nome para isso e não era paixão, quando se cai pela beleza de alguém, o nome é luxúria.


Ela começou a gozar, se agarrando pelos seus braços, enroscando o corpo pelo seu, os pés deixando de tocar o chão, porque aqueles músculos suaves estavam todos retesados, porque os joelhos estavam tremendo sem parar. Os olhos fechados, a boca gemendo gostoso demais e seus olhos fixos nela, porque não queria perder, não queria esquecer, queria guardar com carinho aquela memória de vê-la gozando. Só mais um pouquinho. Era só manter o toque, era só manter a constância, mais, mais, mais. E então ela gemeu muito mais forte, gemeu... gutural de tão firme, ecoando pelo elevador, apertando as mãos pelos seus braços, a empurrando, puxando de volta, beijando a sua boca, tudo junto, enquanto aquele corpo delicioso tremulou por inteiro e sem nenhum controle pelo seu domínio.


Jude Rios tinha gozado, duplamente gozado, e a pancada havia sido tão intensa que teve que se agarrar nela, ou teria ido parar no chão.


Seu corpo estava fervendo, vibrando, tremulando por inteiro e, sim, Jude já havia gozado assim, mas nunca com uma pessoa, apenas... com brinquedinhos que nunca cansavam, que tinham sido delicadamente projetados para dar prazer infinitamente. Agora, achava que existia uma pessoa projetada para isso, aquela mulher sem nome, bem na sua frente. E ela não era um brinquedo que podia parar quando decidisse. Provavelmente, não era do tipo que recebia ordens, aquela mulher estava habituada ao poder, e Jude, que sempre detestou obedecer, de repente, apenas...


A olhava no fundo dos olhos e só sabia que seus olhos estavam obscuros, densos, ardendo demais. Queria aquele emprego, porque nunca havia visto uma empresa mais sexy do que a Echo Inc. E queria aquela mulher pelo mesmo motivo, e um desejo sobrepôs ao outro. Provavelmente, seria mandada embora, porque aquela câmera de segurança não devia ser a única no elevador. Seria mandada embora porque seus gemidos deviam ter sido audíveis para quem estivesse perto. E nada disso importava. A única coisa que importava, naquele momento, era colocar aquela mulher na sua boca.


A encostou contra a parede, arrancando um suspiro inesperado dela.


— Quanto tempo você acha que passou? — Jude perguntou, já baixando a boca pelo corpo dela, garganta, seios, onde pegou consistentemente, a fazendo gemer gostosinho.

— Eu-é... baby... — Ela mordeu a boca, respirando muito fundo. Jude subiu o top dela e estava marcando o abdômen, esfomeada, sem cuidado nenhum, dominante, intensa, gostosa, anf!

— Cinco minutos, hmm? — Desceu a mão para baixo da minissaia dela, tocando intensamente, e ela estava... on fire, queimando de tanto tesão. A mulher que havia lhe dado o melhor orgasmo da sua vida agora estava derretendo, era uma pocinha cítrica de sorvete de limão-siciliano, o seu preferido.

— Vai me fazer gozar em cinco minutos? — Ela perguntou, olhando para seus olhos, vendo Jude se ajoelhar bem na sua frente, subir sua minissaia e apertar a boca pelas suas coxas — Anf...! — Ela gemeu de novo, fechando os olhos e se recostando inteira contra a parede. Sério? Aquela câmera não estava filmando? O ângulo estaria perfeito agora.

— Cinco minutos — Jude olhou nos olhos dela, enquanto a estimulava por cima da calcinha, tocando, sentindo, molhando o tecido com a sua excitação mais do que visível.


E Jude era sexy, um absurdo de tão sexy, de joelhos bem na sua frente.


— E você vai...?

— Hmm, tirar essa calcinha até aqui — Baixou a calcinha dela até os joelhos, o fio de tesão entre o sexo e o tecido preto apenas brilhou — E essas meias... — Baixou só um pouquinho as duas, estavam perto do joelho, colocou para baixo porque queria correr a boca pelas pernas até aquelas coxas gostosas. Ela devia fazer um treino insano de pernas para mantê-las bem torneadas, uma delicinha! — E agora só... — Subiu a boca ainda mais, e a intimidade dela reagiu, visivelmente reagiu.

— Eu devia... — Ela apertou os dedos em seus cabelos, se segurando muito, aquele corpo forte visivelmente lutando — Grudar a sua boca aqui, te deixar sem respirar.

— Hmmm, mas você não vai fazer isso — Jude, delicadamente, a tocou com a ponta da língua e a ouviu xingando em um idioma que não conhecia — Você vai me tratar bem. E só vai me machucar quando eu pedir, porque... — Lambeu e lambeu, mais daquele corpo forte tremulando — Eu vou pedir. Porque gosto. Mas agora, só temos cinco minutos e você está bem nervosinha querendo ser chupada, não é?

Você. É. Uma. Armadilha.


Não era.


Mas havia caído em uma.


Jude mergulhou para o meio das coxas dela e aquilo foi voraz, foi feroz, foi rápido e cru. Ela estava extremamente excitada, podia senti-la pulsando onde quer que sua língua fosse, e podia sentir a força dela, porque ela era pequena, mas era forte, podia machucar Jude se quisesse de fato. Nem sabia se os dedos dela não haviam ficado marcados na sua garganta, porque ela pegava muito forte, muito firme, e sabia exatamente o que estava fazendo, até que ponto levar a asfixia por prazer. A chupou, e ela passou a perna por cima do seu ombro, ficando mais ampla, apertando os dedos pelos seus cabelos, mordendo o próprio dedo para não gemer alto. E a olhando daquele ângulo, de baixo para cima, Jude teve a mais absoluta certeza de que estava chupando uma espécie de deusa.


E ela gozou, muito firme, muito forte, numa pancada rápida e intensa, gozou tremulando de corpo inteiro, de enfraquecer os joelhos, tanto que escorregou pela parede, se ajoelhando, buscando a sua boca, beijando muito forte, chupando seus lábios, lambendo seu queixo. O coração disparado, o de Jude também, estavam suadas, trêmulas, e aquele elevador estava muito quente, muito denso. E, de alguma maneira, quando Jude percebeu, estavam rindo uma para a outra.


— Isso foi muito bom — Jude admitiu, com ela lhe puxando para o colo, de frente para ela, beijando seu pescoço.

— Não se sente melhor?

— Muito melhor. Espera, por que eu ainda não sei o seu nome?


E, subitamente, as luzes se acenderam e o elevador voltou a se mover.


— Volta pra baixo, pra baixo! — Ela se esticou e apertou o botão do térreo. O elevador estava mais perto do andar vinte e dois do que do térreo e precisavam de tempo.


Fizeram tudo muito rápido, ajustaram as roupas, os cabelos, se deixando o mais apresentáveis possível, e quando o elevador chegou ao térreo, ela travou a porta rapidamente, fazendo-a fechar e marcou o andar vinte e dois novamente.


— Espera, espera aí! Você vai subir junto comigo?

— Olha aqui pra mim — Jude olhou, então ela limpou uma marquinha de batom que estava em seu pescoço — Não tem batom em mim? — Ela perguntou, já pegando um lenço umedecido na bolsa.


Jude respirou fundo, estava toda acelerada, toda nervosa, limpou onde conseguiu ver resquícios de batom nela, mas havia uma manchinha que não dava para sair com o lenço.


— Cadê a sua base?


Ela achou a base e, quando as portas do elevador se abriram no andar vinte e dois, estava terminando de aplicar. Pronto, terminou, e guardou discretamente a base na bolsa dela.


— Você vai ficar aqui também? — Repetiu a pergunta. Já estavam impecáveis.

— Onde você fica?


Aquele era um andar amplo, onde ficava a equipe multidisciplinar do alto escalão que estava se reorganizando com o retorno da luz. O prédio inteiro era moderno, extremamente confortável. Havia duas salas enormes divididas por paredes transparentes, onde as equipes escreviam ideias e coisas que não queriam esquecer. Ao fundo, uma série de mesas flanqueavam a sala da CEO, onde Jude estava trabalhando. Ainda não havia entrado na sala de Vita, que estava fechada até ela retornar, então trabalhava perto da sala dela. Estava zonza, se adaptando à luz e compreendendo tudo o que havia acontecido. Será que alguém havia notado? Todos pareciam apenas... focados no que tinham que fazer, na reunião importante que aconteceria em breve. Apontou qual era a sua mesa para ela.


— Ok, nós vamos almoçar, está bem?

— Eu não sei se vou conseguir almoçar com você, minha chefe chega hoje. Temos horário para uma reunião importante. Nem sei se ela já chegou e está esperando por mim.

— Jude, nós vamos almoçar — Ela disse firmemente — Tenho algo para resolver agora, mas já volto para falar com você.


Ela não disse mais nada, simplesmente voltou para o elevador, colocou os óculos escuros e desapareceu. Mas...? Como ela só...?


Parte 3: Let's Go To Our Office


— Jude? Jude!

— OI, O QUE FOI? — Alguém estava falando com ela.

— Eu não sei, você está aqui parada faz uns minutos — Uma das assistentes estava falando com ela — A reunião vai começar em breve, precisa estar pronta!


Era verdade. Então, respirou fundo e focou nisso. Foi para sua mesa, abriu seu MacBook, checou a apresentação, se estava tudo ok, se não havia esquecido nada, mas sua mente estava... a mil por hora. Precisava ir ao banheiro, ainda estava bem molhada, precisava fazer parar, checar se estava em ordem mesmo. Então correu para o banheiro, cuidou de si mesma e, quando estava de volta à sua mesa...


Ela estava voltando. Rodeada de homens engravatados, sorrindo, conversando, indicando as coisas como se fosse... a dona da empresa. Então, ela passou, abriu a porta da sala com a plaquinha de CEO, pedindo para que seus convidados entrassem. Em seguida, veio até a mesa de Jude, onde estava olhando tudo abismada. Chocada. Sem entender nada.


— Nossa reunião será aqui, o vigésimo terceiro andar segue com oscilações elétricas, por favor, acione a manutenção e — olhando-a no fundo dos olhos, chegando muito pertinho de Jude — vamos para o nosso escritório — Então ela simplesmente entrou na sala.


Jude ficou estática, sem saber exatamente o que... O que estava acontecendo? A outra assistente passou por ela de novo.


— Jude! A senhorita Aoki está esperando, qual o seu problema hoje, garota?!


O problema é que a sua chefe havia a fodido no elevador. Mas imaginou que sua colega de trabalho não fosse entender isso muito bem.


Entrou para a reunião, na enorme e confortável sala de Vita Aoki. Ainda não havia entrado ali. Havia duas mesas, uma mais próxima da porta e outra de costas para uma enorme parede de vidro, de onde era possível ver parte da Cidade do Cabo, com a Table Mountain ao fundo e o mar à esquerda. Aquela cidade era lindíssima mesmo. E Vita Aoki era uma gostosa de fato, mas era uma canalha. Uma babaca. Estava conversando com os potenciais investidores como se nada tivesse acontecido, como se há apenas minutos não tivesse usado aqueles dedos, assim, dentro da sua buceta.


— Senhorita Rios? Por favor, os dados atuais da bolsa de valores de hoje cedo.


A bolsa de valores? Ok, verificou os dados da bolsa de valores, ajustou a apresentação. Ela tinha sido específica, fariam a apresentação juntas, seria parte da validação do seu processo seletivo. E assim fizeram. Apresentaram em conjunto, as duas únicas mulheres naquela sala cheia de homens que pareciam em batalha: olhar os dados ou olhar aquelas duas mulheres lindas apresentando? E aquilo levou tempo, muito tempo. Foi uma apresentação longa, negociações longas, membros da equipe entrando e saindo quando solicitados, e a mente de Jude ainda não tinha... processado aquela informação direito.


Vita sabia quem ela era, com toda certeza. Jude era uma pessoa NORMAL, que usava foto própria no perfil, não tinha como ser confundida. Por que fazer daquela forma? Por que não dizer de uma vez quem ela era de verdade? O que ia acontecer agora? Não sabia, mas aquela apresentação virou um almoço, numa mesa enorme, com metade daqueles investidores, e ela seguia agindo normalmente, com tranquilidade, como se nada tivesse acontecido, conversando tranquilamente com Jude: “senhorita Rios isso, senhorita Rios aquilo”, flertando enquanto fechava negócios. É lógico que funcionava. Se Vita havia convencido Jude Rios a transar com ela no elevador da sua empresa, então também conseguiria tirar dinheiro de uns homens de QI mediano.


Pronto, final de almoço. Retornaram para o escritório e assim que aquela porta se fechou com elas duas sozinhas...


Jude explodiu em cima dela.


— Você é uma babaca, uma idiota! Por que me fez transar com você naquele elevador?!

— Não é óbvia a resposta? Nós duas queríamos, estávamos com tempo livre, qual o problema?

— O problema é que você não me disse que era assim, a minha chefe!


Ela riu.


— Eu te disse que a conhecia.

— Vita, por que você fez isso? Sem gracinhas, me responde — A pegou pelo braço, falando sério com ela.

— Ninguém ouviu nada, ninguém viu nada, o elevador estava parado no andar dezesseis, não tem nada lá, eu já chequei, é onde ficam os nossos depósitos.

— Por que não me disse quem você era?

— Porque você não ia querer fazer nada comigo.

— Obviamente que não!

— Pois não era o que eu queria — Ela disse, cruzando os braços — Eu queria chegar em você de boa, sem nenhum wild-card a meu favor.


Jude a olhava.


— O que é um wild-card?

— É tipo... um cartão-convite.

— Mas você é uma babaca mesmo! Acha que eu seria facilmente seduzida pela plaquinha na sua porta, sua convencida?! Eu não vou mais trabalhar pra você!

— Ah, você vai sim! O que é isso aqui?! Quer dizer que você me come e agora me dispensa?!

— Mas...?!

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra. E nós vamos jantar hoje à noite, você disse que conseguiu a nossa reserva.

— Como assim você me fez fazer uma reserva pra mim mesma?! — Ela era maluca, só podia ser!

— Quem mais faria? Eu só tenho você de assistente.

— E por quê?!

— Senhorita Rios, nós temos uma reunião importante agora! Quer, por favor, focar nisso? Responderei o que você quiser, mas só no nosso jantar.

— Aoki...

Reunião. E então, nós vamos jantar.


Tudo bem, ela era maluca. Foi para a segunda reunião, tendo certeza de que seria a última. Havia acabado, sua carreira naquela empresa sexy estava terminada por conta da ninfomaníaca que atendia por Vita Aoki e que não entendia nada da vida real. E ela era... genial mesmo. Altamente inteligente, entendia da engenharia dos produtos, dos números expressivos do negócio, tinha um alto poder de convencimento, e OK, JÁ SABIA DISSO, TINHA DADO PRA ELA NUM ELEVADOR! Mas era impressionante de se assistir de qualquer forma. Aquela reunião terminou diferente, era com uma equipe mais jovem, terminou num agradável café da tarde, com cafés gostosos e doces maravilhosos. Jude pegou um café e se afastou, olhando para a vista deslumbrante que tinha aquela janela também. Agora estavam no andar de cima, onde geralmente aconteciam as reuniões, já tinham resolvido a questão da energia elétrica. O sol estava se pondo lindamente e seus pensamentos estavam... cortados, frustrados, confusos.


— Vamos para o nosso escritório? — Vita tinha se aproximado dela do nada.

— Vita... — Por que era tão sexy toda vez que ela dizia "nosso"?

— Quero olhar a documentação da fábrica com você.


Foi para o escritório com ela, checaram a documentação juntas. Tudo parecia em ordem, mas era uma leitura técnica, que precisava ser feita com cuidado, com atenção. Jude estava lendo com toda a atenção do mundo, e Vita não conseguia pensar em outra coisa que não fosse... transar com ela de novo. E iria.


Finalizaram a leitura, a noite caiu, e Vita fechou o MacBook.


— Vamos para o nosso jantar?

— Vita, eu não vou a lugar nenhum com você.

— Eu quero explicar as coisas para você. Vamos jantar, por favor.


Olhou nos olhos dela. E não sabia muito bem o motivo, mas quando viu, já estava indo.


Desceram, no mesmo elevador onde tinham... Aham, ele mesmo. E quando Jude percebeu, estavam no estacionamento, onde um Rolls-Royce Dawn esperava por elas. Vita abriu a porta para ela, gentilmente.


— Eu ainda não tenho certeza se...


Vita a puxou pela cintura e a beijou, apertando o braço na curva de sua cintura, beijando gostoso demais, e ela só era... muito intensa, muito gostosa. As mãos de Jude foram para o abdômen dela inevitavelmente.


— Você não pode me beijar aqui.

— Por quê? Estamos fora da empresa, ninguém tem nada a ver com isso.

— Eu só não acho que...


Ela cheirou seu pescoço, a mantendo pertinho.


— Vamos jantar, por favor.


Entrou no carro dela.


O "Sunday Feeling" era como uma joia escondida no caminho de Constantia, onde ficavam as fazendas de vinho. Foram silenciosas durante o caminho inteiro, Jude estava pensativa, e Vita, trabalhando. Pediu desculpas, estava fora há muitos dias, tinha muitas pessoas para responder, e ela foi fazendo tudo isso no viva-voz enquanto dirigia. Então, após subir um pouquinho, lá estava aquele restaurante, com vista privilegiada, público privilegiado, altamente exclusivo. Uma cabana no meio do nada, com pouquíssimas mesas disponíveis, arquitetura de luxo, chef com estrelas Michelin. E Vita espalmou a mão nas costas dela assim que desceram do carro, ajudando-a com as escadas, super educada, gentil, nem parecia que... bem.


— Meu toque te deixa desconfortável? — Vita perguntou, já puxando a cadeira para ela.

— Essa situação toda me deixa desconfortável.

— Por quê? — Ela perguntou, se sentando do outro lado.

— Porque você me comeu no elevador do prédio onde trabalhamos JUNTAS, na mesma sala! Como você acha que conseguirei trabalhar com você daqui pra frente?

— Veja isso como um bônus. A gente pode transar quando você quiser, onde quiser, depois de um dia longo de trabalho. Podemos ir pra cama para as duas relaxarem. Tenho um pressentimento que você vai adorar o meu apartamento.

— Eu não vou chegar perto do seu apartamento!

— Então, a gente pode transar no carro, é espaçoso, não tem problema. Você gosta de hotéis de luxo, Jude? Você pode escolher onde quer dormir hoje e nos próximos dias, quantas vezes quiser.


Jude estava... sem reação. Achava que estava sem reação desde que havia gozado nos dedos dela.


— Me fala sobre a câmera de segurança. Era o que você queria, me expor para um grupo de seguranças imbecis?

— Claro que não! Cheguei onde cheguei porque sou uma hacker, Jude. Hackeei coisas muito grandes antes de inventar o chip indestrutível dos fones de ouvido da Echo. Você acha mesmo que eu seria incapaz de desativar uma câmera dos monitores da minha própria empresa pelo meu celular? Eu ia desativar. Mas queria o vídeo para... uso doméstico — O sorriso canalha, sim.


Jude seguia a olhando muito séria.


— Você premeditou isso?

— Nós duas naquele elevador? Claro que não! Mas planejei jantar com você porque sabia exatamente o que queria com você desde que me enviaram o seu currículo com uma foto sua, desde quando olhei as suas redes sociais.

— Você... estava me observando...?

— Secretamente, sim. Eu gosto realmente de ficar comigo mesma, me acho uma gostosa, suficiente, mas quando olhei pra você... — A olhava nos olhos — Nós duas somos equivalentes. Eu queria você trabalhando comigo e quero você na minha cama. Pretendia te levar para o meu apartamento assim que este jantar desse certo.


E Jude sorriu.


— Você é muito cheia de você mesma. Como podia ter tanta certeza assim que esse jantar daria certo?

— Eu não tinha, só tinha... uma possibilidade. “Talvez ela goste de mulheres, se não gostar, talvez eu possa convencê-la, sou boa nisso.” Tudo no campo das hipóteses — Vieram servir vinho para ambas, ela agradeceu — Mas cheguei e te vi no elevador. Hipoteticamente, nada poderia acontecer ali dentro. Mas houve uma nova variável: você estava muito perto de mim, olhando para as minhas pernas, para o meu abdômen, para qualquer lugar e para os meus olhos também. Você me queria. Dava para sentir.

— Eu realmente queria. Realmente quis tudo o que aconteceu, e isso poderia ter sido melhor se você não tivesse ocultado quem você é de mim.


Olhos nos olhos, provaram do vinho, e Jude começou a sentir... Sorriu, sério?! Aham, o pé dela estava subindo pelas suas pernas sob a mesa.


— Posso voltar no tempo?


E suas coxas só... se abriram para ela.


— O que você quer mudar? Estamos naquele elevador outra vez — Jude tocou o calcanhar dela, Vita estava sem as meias, não sabia quando havia tirado.

— Meu nome é Vita, nós trabalhamos juntas. Temos trocado mensagens há duas semanas, noventa por cento são assuntos de trabalho, dez por cento é você e eu flertando discretamente. Eu te peço uma foto de um relatório que está nas suas mãos, você coloca sobre as coxas e tira a foto. E você sempre está de minivestido ou de minissaia, eu sempre vejo essas pernas.


Sorriso de Jude. Ela não estava mentindo. Talvez tivesse brincado um pouquinho com sua chefe, desde que ouviu que ela era uma mulher atraente.


— Você sempre demora para responder.

— Porque tiro um tempo para apreciar — Escorregou o pé pelas coxas dela — Você gosta de me mandar fotos onde consigo ver o seu reflexo discretamente, decote, boca... Isso acontece, não?

— Talvez aconteça.

— E por quê? Você não tinha o meu visual, tinha?


Jude tomou outro gole do seu vinho.


— Não, eu só tinha o som da sua voz. A sua voz é sexy pra caramba! Eu já me toquei ouvindo áudios que você me mandou, onde não fala nada além de números, relatórios, apresentações. A sua voz é erógena pra mim. Eu devia ter reconhecido, mas de alguma maneira...

— Você já se tocou com o som da minha voz?

— Sim.

— E quer me convencer que a gente nunca mais...? — Sorriso canalha de canto de boca.

— Eu não disse "nunca mais". Eu só disse que... acho que não consigo trabalhar para você e...

Gemer na minha boca no final do expediente? Por favor, eu nunca quero ninguém, mas quero você. Quis desde quando te olhei.


Jude apertou os lábios. Apertou a parte de baixo do pé dela, e ela... gemeu.


Anf, isso é bom.


Seguiu apertando pontos na planta do pé de Vita.


— Eu ainda não gemi na sua boca — Jude falou provocativa.

— Podemos resolver isso ainda hoje.


Jude sabia que não devia, que não era a mais ética das atitudes, mas a grande verdade é que, talvez, só descobrir como era estar na boca dela não fosse grave. Então jantaram juntas, se conhecendo melhor, entre toques pelas suas pernas e massagem no pé dela. O dia havia sido longo, diferente, gostoso e estressante. E o jantar no tal Sunday Feeling era... de outro mundo de tão bom. Aquele lugar era realmente isolado, a ponto de não ter parecido de maneira nenhuma uma ideia ruim colocar Vita Aoki de joelhos dentro daquele carrão e fazê-la lhe chupar até Jude gozar forte demais. Ela era boa naquilo, definitivamente, e não sabia explicar muito bem como tinha sido, mas quando se deu conta, estava no apartamento dela, no sofá dela, gozando, provavelmente, pela décima vez apenas naquele dia.


— Jude, vamos pra cama — Vita pediu, toda agarrada nela, as duas nuas e suadas naquele sofá.

— Eu...


Não era para ter ido, não sabia como tinha ido, e quando acordou, toda enroscada naqueles braços firmes...


Vita respirou fundo, abriu um sorriso, cheirou seus cabelos.


— Vamos para o nosso escritório?


Ela devia mesmo ser uma ninfa, algum tipo de deidade, era impossível dizer "não" para aquela mulher.

 

 

Notas da Autora: Tessa Reis


Hola, guapas e guapos! Como estamos?


Bem-vindos à biblioteca secreta de Reira Kato! E começamos pelo final, com o último conto lido por Reira e Zoe, quando elas já estavam de férias nas Maldivas.


Aproveito para explicar como esse projeto irá funcionar: quatro contos, todos com as mesmas personagens, se conhecendo pela primeira vez em cenários e vidas completamente diferentes, bem ao estilo das fanfics!


Prontos para o conto 2?


Mais 100 comentários e teremos Vita e Jude se conhecendo novamente, mas agora, em Tóquio, num cenário completamente diferente. E antes de irem embora, favor deixar um comentário contando o que acharam do nosso projeto 😌.


Besos, La Guapa 💋



39 commentaires


Laura de Dany
Laura de Dany
01 août 2024

Adorei...ideia maravilhosa


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Tessa Reis
Tessa Reis
12 août 2024
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E o segundo está chegando ainda hoje!

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Socorro 🫨🤤

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Tessa Reis
Tessa Reis
12 août 2024
En réponse à

🤌🏼😮‍💨

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Tatty
Tatty
28 juil. 2024

Eu não estava preparada pra esse conto! 😎😍 Tessa acertando como sempre 👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽

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Tessa Reis
Tessa Reis
12 août 2024
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Me diz se a Reira não tem bom gosto para as fics dela 🤌🏼

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sylber1011
sylber1011
24 juil. 2024

Eu ameeeeei esse projeto novo 🔥🔥🔥🔥😈😈😈😈 agora vão ser os 4 contos e fim? A história nunca vai continuar? Não faz isso com a gente Tessa… rs

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Tessa Reis
Tessa Reis
24 juil. 2024
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Mas mulher, me diz se não vai ser DIVERTIDO a gente curtindo uma história nova sobre elas por vez? 🤌🏼 talvez no final, a gente possa escolher o conto preferido dentre os quatro e quem sabe o que pode acontecer 👀

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Pamella ferreira
Pamella ferreira
22 juil. 2024

A Tessa sempre enfeitiça a gente com palavras, como toda vez eu acabo fissurada nas meninas? Misericórdia 🥵

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Tessa Reis
Tessa Reis
24 juil. 2024
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Elas tem ALGO, chegaram aqui sem prometer nada e entregaram MUITO 🤧

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